Brasília, 25/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, qualificou de "questão menor" as divergências entre os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre o índice de superávit fiscal. A ministra tem defendido a redução do percentual, que já chegou a 6% do Produto Interno Bruto (PIB), para os 4,25% previstos na Lei Orçamentária.
Durante seminário no Senado em homenagem ao economista Celso Furtado, que morreu no ano passado, Lessa acrescentou, hoje (25), que "o que precisa realmente ser discutido é qual o projeto de Brasil que se deseja". A discussão de um percentual de realização de superávit fiscal, na opinião dele, não resolve uma questão maior que é a própria política econômica executada pelo governo federal.
"A dimensão da discussão da política econômica não muda, porque Palocci e Dilma propõem a mesma coisa, eles estão no mesmo túnel", afirmou Lessa, que é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele manteve as críticas que fazia à política econômica do governo quando ainda presidia o BNDES: qualificou o atual modelo econômico de "erro brutal" e disse que foi demitido justamente porque afirmou que "a política econômica era um pesadelo".