Foz do Iguaçu (PR) - O diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, considerou um avanço conseguir reunir, pela primeira vez na história do país, 1.500 pessoas de cinco diferentes países interessadas em fortalecer uma política de bacia hidrográfica. Elas participaram, nos últimos três dias, do 1º Fórum Internacional Diálogos do Prata, promovido pela Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu.

Friedrich disse que o fato de ter havido diálogo entre autoridades, sociedade e representantes dos governos do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai sobre objetivos que podem ser comuns, caminhos que podem trilhados em conjunto, é um processo adiantado de negociação e merece ser comemorado.

Ele destacou algumas sugestões contidas no documento final, divulgado hoje (25), a Carta dos Diálogos da Prata. Ele citou uma das alternativas apontadas, "que foi consenso em todos os debates e oficinas: a de que a água não pode ser mercadoria, porque é bem público".

Para Nelton Friedrich, isso representa uma posição contrária à privatização, além de maior integração das ações e ferramentas do trabalho na bacia, pois há uma dispersão muito grande. Para ele, também foram destaques os pontos que tratam da sistematização dos acordos vigentes, da gestão integrada, da unificação de agendas e da harmonização da legislação das leis sobre a água.

Ele informou que as sugestões serão agora encaminhadas às várias organizações dos países participantes e também ao México, já que o encontro de Foz do Iguaçu foi uma reunião preparatória para o Fórum Internacional Diálogos da Bacia do Prata, marcada para março do próximo ano, naquele país.