Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Brasil deve fechar até o final de novembro uma lista com a quantidade de marcas de bebidas registradas no exterior com o nome de cachaça. O levantamento também vai revelar quais são os países que estão exportando bebidas destiladas utilizando esta marca (cachaça) genuinamente brasileira.

De acordo com o secretário-executivo da Câmara Setorial da Cachaça, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ricardo Cavalcante, o levantamento será feito nos principais países compradores da bebida. Foram selecionados como mercados estratégicos as nações da Comunidade Européia, Estados Unidos, China, Japão e Chile. A elaboração da lista ficará a cargo das embaixadas brasileiras.

Com base nos resultados da pesquisa, o Brasil pretende iniciar negociações com os governos dos países importadores para a suspensão da compra de bebidas com a marca "cachaça" que não sejam produzidas em território nacional. O Brasil tentará, também, suspender os registros da marca usados indevidamente no exterior. Cavalcante adianta que a situação de cada país será estudada destalhamente para a definição da estratégia de negociação a ser adotada.

Para Ricardo Cavalcante, a proteção da cachaça passa por interesses comerciais e culturais brasileiros. "No momento que conseguirmos proteger a cachaça, somente nós poderemos produzi-la, aumentando o seu valor no mercado internacional". Muitos países, relata ele, "já defendem seus produtos típicos, como Portugal, com o vinho do Porto"0. Além dessa questão de mercado "a cachaça faz parte do patrimônio da cultura brasileira, como o samba e o carnaval", completa.