Brasília, 30/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - Em uma reunião marcada para as 16 horas de amanhã (31), autoridades de Pernambuco discutirão, na sede do Ministério Público Estadual, em Recife, a situação de violência entre fazendeiros e trabalhadores rurais sem-terra. Nos últimos quatro dias, dois integrantes de movimentos dos sem-terra foram assassinados e 40 famílias, encurraladas por pistoleiros.
Participarão da reunião integrantes do Ministério Público, Secretaria estadual de Direitos Humanos, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Defensoria Pública. O secretário de Direitos Humanos, Cláudio Carraly, disse que os crimes são "preocupantes" e que é necessário "dar um revés", para desestimular futuras ocorrências.
Ele acrescentou que "ainda não se sabe se os assassinos são pessoas ligadas a fazendeiros" e informou que em princípio as investigações serão realizadas pelo governo do estado, porque cabe ao Ministério da Justiça determinar a federalização do caso. Isto ocorre "se a gente achar que não tem o instrumental necessário, se houver o informe que tem poucos policiais", adiantou.
Indagado sobre a necessidade de as investigações serem feitas pela Polícia Federal, para evitar tentativas de intimidação ou de coerção, Cláudio Carraly afirmou que "seria injusto, porque a estrutura da PF é pequena e se todo caso for repassado, ela não vai poder trabalhar contra o narcotráfico, lavagem de dinheiro ou na proteção das fronteiras, que são as funções dela". Para o secretário, "seria mais importante um repasse maior de recursos às polícias do estado".