Ministro diz que nomeação de indicados por aliados é ''inerente a governos''

16/05/2005 - 23h24

Brasília, 16/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - A nomeação de pessoas indicadas por partidos aliados para assumir cargos de confiança no governo "é inerente à política e à constituição dos governos no mundo inteiro", disse o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, entrevistado nesta segunda-feira no programa Roda Viva, realizado pela TV Cultura e transmitido em rede pública de televisão.

Dirceu ressaltou que não se pode tomar como regra um caso isolado de denúncia de corrupção no governo. E lembrou que a prática de nomeações de técnicos não é exclusividade do Brasil. "Em outros países, os partidos também indicam pessoas para ocupar cargos em comissão. Na França, na Inglaterra, nos Estados também é assim", exemplificou, em resposta sobre a diputa por cargos entre os partidos que fazem parte da base aliada.

O ministro disse ainda que o país tem cerca de 19 mil cargos de confiança e que 72% deles são ocupados por funcionários de carreira – o percentual restante é usado para nomeações em cargos de confiança. Sobre a indicação do diretor de tecnologia da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, alvo de denúncias de corrupção divulgadas pela revista Veja, Dirceu disse que os nomes indicados por qualquer partido são pesquisados. "O que o governo faz – e esse é o papel da Casa Civil – é pesquisar toda indicação feita, a qualificação técnica e profissional", explicou.

Segundo o ministro, a política de composição do governo com base nas alianças partidárias não "engessou" o governo Lula. "O peso disso não impede que o governo execute seu programa. O Brasil não está crescendo, criando emprego, o governo não está executando a política industrial?", indagou.