Queda nos empréstimos não altera a meta de financiamentos do BNDES para o ano

16/05/2005 - 16h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O recuo de 16% nas liberações de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro quadrimestre do ano para o setor exportador não alterou até o momento a estimativa da instituição que é de desembolsar entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões até dezembro para operações de comércio exterior.

A informação é da assessoria de imprensa do banco. O montante, portanto, será maior que os US$ 3,9 bilhões liberados no âmbito do BNDES-Exim em 2004 e envolve desembolsos para operações de exportação de bens e serviços para a América do Sul da ordem de US$ 400 milhões. A carteira do bancoi para exportações destinadas aos países vizinhos atinge este ano cerca de US$ 1,9 bilhão entre projetos em análise e já aprovados, revelou a assessoria.

Entre janeiro e abril últimos, as liberações no programa BNDES-Exim somaram US$ 1,298 bilhão, com queda de 16% na comparação com os US$ 1,537 bilhão desembolsados no mesmo período de 2004. A queda ficou concentrada na linha de pré-embarque, destinada a financiamentos à produção de bens que serão exportados. Já a linha pós-embarque, que se destina a financiar a comercialização de bens já produzidos praticamente dobrou, elevando-se de cerca de US$ 600 milhões para US$ 1 bilhão no período pesquisado.

Na análise dos técnicos do BNDES, o dólar desvalorizado fez com que as linhas de crédito para exportação da instituição ficassem menos interessantes para as empresas, uma vez que parte do financiamento era corrigido por uma cesta de moedas. O setor exportador preferiu então recorrer ao mercado bancário privado aderindo às operações de ACC (adiantamento de contrato de câmbio), consideradas mais competitivas do que as linhas de empréstimo do BNDES nesse momento. O objetivo era fazer giro para produzir os bens que o exportador visava comercializar no mercado internacional, segundo assessores do banco.

Apesar de o juro praticado pelo BNDES ser mais barato, no caso do pré-embarque a parcela atrelada à variação cambial por meio da cesta de moedas provocou o receio entre as empresas de tomarem um recurso baixo agora no banco, mas com a possibilidade de terem que pagar mais alto adiante, informou a assessoria.

Para reduzir as incertezas, o BNDES decidiu alterar a composição das linhas do pré-embarque, ampliando a participação da taxa de juros de longo prazo (TJLP) praticada em suas operações, hoje de 9,75% ao ano. Com isso o programa ficou mais competitivo e atraente e reduziu a incerteza cambial, informou a assessoria.