Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A desvalorização do dólar afeta mais rapidamente as pequenas empresas exportadoras, que não têm tradição em comércio exterior. A opinião é do superintendente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Benedito Pires de Almeida.
"As empresas que têm tradição, experiência, mercado, permanência na exportação têm mais flexibilidade e experiência. E aquelas que são pequenas, médias ou ocasionais exportadoras precisam operar".
Segundo Pires de Almeida, entre as maiores empresas exportadoras do Brasil, muitas são grandes importadoras, como a Embraer e a Petrobras. Já outras empresas, como as montadoras com filiais no país, têm certa garantia de mercado, porque abastecem suas matrizes em outros países. As grandes empresas, observou, apesar de serem em número menor, são as maiores responsáveis pela receita cambial.
"São mais ou menos 250 empresas representando de 70% a 75% da receita cambial do Brasil, em um universo de 22 mil empresas, arredondadas, no ano de 2004. A pequena e média empresa compõem um número bastante grande, mas a participação é pequena em termos de valores", disse Pires de Almeida.
Existe uma concentração nos principais exportadores do Brasil, que são grandes organizações, a maioria delas multinacionais, empresas com vínculos externos ou do exterior com filiais no Brasil e que têm um programa já convencionado, contratado há muito tempo", acrescentou.