Governo trabalha para cumprir reivindicações do MST, diz secretário do Desenvolvimento Agrário

16/05/2005 - 13h08

Danielle Gurgel
Da Agência Brasil

Brasília - O governo tem trabalhado para cumprir a pauta de reivindicações da Marcha Nacional pela Reforma Agrária, disse o secretário executivo do ministério de Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. "Temos uma herança de assentamentos sem estrutura, sem capacidade de produção. É uma pauta difícil, mas algumas dessas reivindicações, como o crédito produtivo, a assistência técnica e educação para as famílias assentadas, já estão sendo cumpridas pelo governo", declarou, em entrevista à Rádio Nacional. A marcha, com cerca de 12 mil pessoas, é formada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

Segundo o secretário, foi oferecida assistência técnica a 423 mil famílias assentadas em 2004, o que significa 78% de todas as famílias que já possuem terra. "O nosso objetivo em 2005 é universalizar esse atendimento, para que as famílias possam produzir e viver da sua produção". Em relação aos créditos produtivos, o governo Lula já destinou mais de R$ 1 bilhão aos assentamentos, disse. "São ações que visam não apenas uma reforma em quantidade, mas também na qualidade. Dar a terra é apenas o primeiro passo. As famílias precisam de condições básicas de produção."

A meta do governo para 2005 é assentar mais 115 mil famílias. O secretário afirmou ainda que, de acordo com pesquisa realizada pelo ministério em 2004, os assentamentos que têm condições básicas de produção possuem um nível alto de produtividade. "Nessas áreas estão os maiores índices de produtividade de alimentos do país".

Guilherme Cassel afirmou que a reforma agrária foi uma questão fundamental para o desenvolvimento dos países mais desenvolvidos, e "não é razoável que neste início do século 21 o Brasil continue sendo um dos países com maior concentração fundiária". A meta do plano nacional de reforma agrária é assentar 400 mil famílias até o final do governo Lula.

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