Dólar baixo e juros altos preocupam representantes do setor agrícola e industrial

16/05/2005 - 17h48

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A cotação baixa do dólar e o alto custo de empréstimos devem ser motivos de reclamação hoje junto ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Em Ribeirão Preto, o ministro participa da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow).

Palocci está reunido, neste momento, com representantes da Associação Brasileira de Agrobusiness (Abag). A associação adiantou à Agência Brasil que iria tratar com Palocci da redução de juros nos empréstimos do setor e da desvalorização do real frente ao dólar.

Esses dois temas foram abordados por lideranças de diversos setores durante o primeiro dia da feira. "Este é um tema que atinge a população brasileira como um todo", explica o diretor da feira, Carlos Alberto Silva. Segundo ele, a alíquota diminui os investimentos do produtor rural, amplia os custos das indústrias de base e aumenta o preço final dos produtos para o consumidor.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, acrescenta que a estabilidade cambial é necessária para o aumento da competitividade do País. "Os juros do pagamento de dívidas sangram o caixa do governo federal e o bolso das pessoas físicas e jurídicas", argumenta.

A desvalorização do dólar também causa problemas para a agricultura. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, "o dólar não pode continuar subvalorizado porque é preciso retomar o desenvolvimento que corresponda às potencialidades do Brasil".

O Agrishow, que acontece de hoje até sábado (21), é o maior evento de agronegócios da América Latina. Os organizadores esperam receber mais de 150 mil visitantes e movimentar cerca de R$ 800 milhões nos cinco dias de feira.