Sebrae-SP apura recorde no faturamento de micro e pequenas empresas em março

05/05/2005 - 21h32

São Paulo, 5/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - As micro e pequenas empresas paulistas registraram recorde de faturamento em março. Na comparação com igual período do ano passado, a alta foi de 3,4% e em relação ao mês anterior, de 16,1%. Os dados constam dos Indicadores do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), apurados em parceria com a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).

O coordenador da pesquisa, Marco Aurélio Bedê, informou que "é a maior taxa verificada em um (mês de) março, nos últimos oito anos" e ressaltou que o resultado está associado, em parte, a uma "base bastante deprimida", em referência à situação pouco favorável das micro e pequenas empresas em março do ano passado.

"A partir do segundo semestre do ano passado e, mais precisamente, no início deste ano, as micro e pequenas empresas passaram a registrar sinais de recuperação, seguindo a tendência da economia brasileira", explicou. Outros três fatores apontados pelo pesquisador foram expansão do consumo, provocada pela maior oferta de crédito; os contratos de exportações fechados no ano passado, que começam a dar retorno; e a melhoria das condições do mercado de trabalho, destacada como o mais importante.

De acordo com Bedê, "as pessoas encontram cada vez mais oportunidades de emprego, os salários reais estão em recuperação e a massa real de salários global da economia – que é o conjunto de todos os pagamentos feitos na forma de salários – vem crescendo em uma razão bastante positiva". Ele acrescentou que a conseqüência disso é uma ampliação do consumo das famílias, dos trabalhadores, que beneficiam diretamente as micro e pequenas empresas, principalmente o consumo de bens como vestuário, alimentação, calçados e remédios.

O setor de comércio, segundo a pesquisa, registrou o maior crescimento de renda dos últimos 12 meses, com uma variação de 8,1% em março, comparada a igual período de 2004, enquanto a indústria e o setor de serviços registraram quedas de 1,2% e 4,1%, respectivamente.

"A variação do comércio também é a melhor taxa mensal para um mês de março no setor, recorde em termos de taxa de expansão, que é reflexo desse aumento de renda do trabalhador, de consumo das famílias. Por outro lado, a indústria teve uma pequena desaceleração depois de nove meses consecutivos de expansão, que mostra uma certa acomodação do patamar de produção. Já o setor de serviços, que tem taxas negativas no mesmo tipo de comparação, março contra março de 2004, deverá estar sendo ativado mais para frente, tendo como fator principal a recuperação da renda. Ela vai primeiro para as necessidades básicas e, no momento seguinte, acaba sendo utilizada para o setor de serviços", comentou o pesquisador.