Presidente da CNI pede salvaguardas para frear entrada de produtos chineses

05/05/2005 - 22h28

Brasília, 5/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, pediu a adoção de medidas antidumping e salvaguardas, pelo governo brasileiro, para frear a entrada de produtos chineses no Brasil.

Em reunião no início da noite desta quinta-feira, com os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, ele argumentou que "o Brasil precisa encarar efetivamente essa questão e isso não pode demorar, tem que ser algo que se defina num prazo curto. O Brasil pode perder empregos nessa área e isso é preocupante".

Segundo Monteiro Neto, se as importações chinesas não forem barradas, alguns setores da indústria nacional poderão sofrer "graves danos". Ele lembrou que essas estãoo crescendo de maneira exponencial na área de manufaturados. Cerca de 90% do que é comprado pelo Brasil são produtos dessa categoria, ao passo que os manufaturados representam apenas 20% das exportações brasileiras para a China.

Para o presidente da CNI, o fato de o Brasil ter reconhecido a China como um estado de economia de mercado tornou necessária agora uma atitude compensatória do governo, a fim de proteger a indústria nacional. "Essa relação com a China ganhou uma conotação mais política. com aquele reconhecimento do estado de economia de mercado. Mas agora o reflexo dessa concorrência em setores específicos da indústria brasileira reclama uma ação efetiva do governo", disse.

A indústria brasileira, acrescentou, não tem condições de concorrer com a chinesa, devido aos pesados encargos sociais sobre a mão-de-obra, além de o Brasil ter um câmbio mais valorizado e taxas de juros muito mais elevadas. O presidente da CNI disse ainda que os ministros se mostraram preocupados com a questão.