Ministro afirma que governo português não vai interferir em possíveis negociações entre Varig e TAP

06/05/2005 - 19h46

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Diogo Freitas do Amaral, disse que o governo português não vai interferir em possíveis negociações entre a Varig e a empresa estatal aérea de Portugal (TAP). Este processo, segundo ele, pertence às empresas e às entidades brasileiras. Em comunicado oficial, a Varig nega que haja qualquer proposta da companhia portuguesa até agora. Cotundo, o ministro português fala que duas empresas, incluindo a TAP, são "candidatas" à compra de ações da Varig.

"Apenas verificamos com satisfação que há duas empresas portuguesas, uma pública e outra privada, que se candidatam, juntamente com outras, para a compra dos 20% que a Varig pôs a venda", esclareceu, ao falar com a imprensa após encontro com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. A outra empresa a que Diogo refere-se é a do Grupo Pestana, também interessada em participar da reestruturação societária da Varig, que enfrenta problemas financeiros.

Em um comunicado atendendo à consulta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), divulgado nesta sexta-feira (6) pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a empresa afirma que "a administração da Varig S.A. desconhece qualquer proposta da companhia aérea portuguesa TAP para aquisição de parcelas do capital social da companhia; motivo pelo qual não divulgou fato relevante a respeito".

Celso Amorim informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler português conversaram hoje sobre este assunto, mas que ele não foi prioritário durante as discussões. "O assunto foi efetivamente mencionado na conversa com o presidente Lula, por iniciativa dele, que recebeu um telefonema do primeiro-ministro de Portugal para tratar do assunto".

Para o ministro brasileiro, se este negócio se concretizar "de acordo com a legislação brasileira e for bom para os dois países será ótimo, mas terá de ser estudado tanto pelos acionistas quanto pelas entidades regulatórias no Brasil", explicou Amorim.