Coronel da PM do Rio responde críticas de envolvimento com chacina na Baixada Fluminense

06/05/2005 - 20h03

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - O inspetor-geral de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel João Carlos Ferreira, negou que esteja envolvido em uma "briga política" com o secretário de Segurança de Belford Roxo, coronel Francisco D’Ambrosio. Nesta quinta-feira (5), o deputado estadual Paulo Ramos (PDT) havia dito que a chacina da Baixada Fluminense fora motivada pela disputa entre os dois coronéis reformados da Polícia Militar fluminense, que pretenderiam concorrer a um cargo eletivo em 2006.

Ferreira disse que não tem pretensões políticas e que mantém um relacionamento amistoso com D’Ambrosio. "Quero que ele (Paulo Ramos) prove isso. Não existe briga política. Não sou político, sou inspetor de polícia. Me dou muito bem com o D’Ambrosio e parece que ele também não é candidato", disse.

Apesar disso, Ferreira não descarta a hipótese de concorrer a um cargo eletivo em 2006, como afirmado pelo deputado Paulo Ramos. "Isso é uma conseqüência natural, que pode vir ou não. Não sei o dia de amanhã. Mas hoje não tenho qualquer pretensão, porque sou inspetor e estou numa função de grande responsabilidade do governo. Procuro fazer o melhor para exercer essa função", afirmou.

O inspetor mostrou-se também preocupado com as acusações de Paulo Ramos, que, para ele, podem desvirtuar o inquérito policial. "Será que isso não é uma cortina de fumaça, que se lança para desviar o verdadeiro foco das investigações, que vem vindo muito bem?", questionou Ferreira. O coronel Francisco D’Ambrosio, outro acusado por Ramos, já havia negado, no dia anterior, todas as insinuações feitas pelo deputado estadual.