Operação Hidra ainda falta cumprir cinco mandados de prisão no Paraná

05/05/2005 - 14h09

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - Ainda faltam cinco mandados de prisão para serem cumpridos no Paraná, dos 87 expedidos pela Polícia Federal na Operação Hidra, a maior ação de combate ao contrabando já realizada no país. De acordo com a Comunicação Social da Delegacia da Polícia Federal em Maringá, essas pessoas já foram localizadas e a prisão deve ocorrer nas próximas horas.

Foram expedidos para a operação 104 mandados de busca e apreensão (em residências e empresas) e 87 de prisão. Os policiais também apreenderam 422 veículos, a maioria caminhões lotados em transportadoras. A Operação Hidra se realiza desde ontem no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso. Até agora foram presas 62 pessoas nos quatro estados.

Entre os presos, estão 11 policiais rodoviários do Paraná , um policial rodoviário federal e quatro policiais militares do Mato Grosso do Sul, além de um policial federal lotado em Maringá. As mulheres suspeitas de integrar a quadrilha estão detidas no município paranaense de Astorga e os policiais estão recolhidos no 4º Batalhão de Polícia Militar de Maringá.

De acordo com as investigações, 150 pessoas estavam envolvidas na estrutura direta da quadrilha, como gerentes operacionais, motoristas, contadores, olheiros e agentes públicos. Alguns integrantes do grupo, segundo a polícia, participaram de um assalto ao depósito da Receita Federal em Maringá há 4 anos atrás para recuperação de cargas apreendidas.

Os acusados serão indiciados pela prática de crimes como contrabando e descaminho; quadrilha; estelionato, corrupção ativa, corrupção passiva, facilitação de contrabando e ou descaminho, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

A Delegacia de Polícia Federal em Maringá divulgou hoje pela manhã nomes e função dos detidos no Paraná pela Operação Hidra. Na relação, de acordo com o chefe da Comunicação Social da PF, Celso Cecolo, não constam os agentes públicos envolvidos porque para eles a Justiça Federal expediu mandados de prisão temporária para que não haja interferência nas investigações. Cada caso está sendo investigado separadamente. Como as atividades da quadrilha se baseavam no transporte de mercadorias contrabandeadas pela malha rodoviária do estado do Paraná, o grupo agia diretamente na cooptação de policiais rodoviários para garantir a atuação.

De acordo com as investigações da Operação Hidra estão detidos no Paraná: Ailton Batista Ramos, motorista e gerente opercaional; Ailton Benetati, agiota e braço financeiro da quadrilha; Cícero Venancio da Silva, contrabandista de cigarros; Edenilson Fabicheo, colaborador; Eder Fabicheo, dividia a chefia das atividades no Paraná com Jackson Esthesne; Jairo Castro Alves, responsável pelo contrabando de agrotóxico; Lazaro Teodoro Garcia, braços direito de Cícero Venâncio da Silva; Fábio Junior Martinelli, sócio de Jairo Castro Alves; Jackson Esthesne, contador da organização (já investigado na Operação Nicotina, de combate ao contrabando de cigarros, realizada em 2002); Rogério Fabicheo, batedor de cargas; Rony Haach Boeira, assessor de José Donizetti Balan.

Clodovaldo Carlos Favaro, sócio da Transbalan; Sirley Barbosa Maldonado, contrabandista de pneu, José Donizetti Balan, chefe da quadrilha; Paulo Herek, dono da Taba; Luiz de Carlo Junior, adulterava documentação com reconhecimento de firma e fornecia seu endereço para registro de caminhões;Valdenir Antonio Zaine, agenciador e contato da organização e agentes públicos; Marcio Casali, contrabando de agrotóxicos.

As empresas de fachada da quadrilha eram as seguintes: Transporte Carolina (PR), Estofados Carolina (PR), entreposto e carga de mercadorias; Estofados Bilhar (PR), depósito; Taba Implementos Rodoviários (PR), depósito e local de reuniões; Transbalan Transporte Rodoviário (PR), empresa principal; BCM Transportes Rodoviários (PR), Transpapada Transportes Rodoviários (PR), R. Maciel Transportes (PR); J. Rodrigues e Guimarães (PR).

Em Mato Grosso do Sul foi preso Rui Carlos Furlaneto, colaborador.