Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal estima que a quadrilha de contrabandistas que está sendo desmontada pela Operação Hidra movimentava cerca de R$ 30 milhões por mês, ou seja, era uma das maiores do país. Apenas as apreensões de cigarros já realizadas anteriormente pela PF relacionadas a esta quadrilha totalizam cerca de 4.150.000 de maços de cigarros, o equivalente a R$ 2,9 milhões.
A PF também já tinha apreendido em ações anteriores 32 veículos de carga que transportavam mais de US$ 4 milhões em produtos contrabandeados do Paraguai. Na ação realizada nesta quarta-feira, foram apreendidos 422 veículos, a maioria caminhões lotados em transportadoras. Entre os presos estão 11 policiais rodoviários do Paraná, um policial rodoviário federal e quatro policiais militares do Mato Grosso do Sul, além de um policial federal lotado em Maringá (PR).
Dos 87 mandados de prisão, faltam apenas cinco a serem cumpridos. Ao todo, 82 suspeitos já foram presos no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso. Além das prisões, a operação resultou no cumprimento de mais de 400 mandados de busca e apreensão. Segundo a assessoria da PF, outras 29 pessoas suspeitas de envolvimento com a quadrilha já tinham sido presas antes do início da operação.
Maior operação de combate ao contrabando já realizada no país, a Hidra mobilizou cerca de 750 policiais federais e resultou na prisão dos suspeitos de chefiarem o grupo conhecido como "A Firma". A quadrilha é especializada no contrabando de mercadorias do Paraguai, como eletroeletrônicos, equipamentos de informática, agrotóxicos, cigarros, materiais médicos e odontológicos, medicamentos, pneus, entre outros.
Há dez meses, a PF investigava a atuação do grupo supostamente liderado pelo empresário José Doniseth Balan, preso no Mato Grosso do Sul. Balan foi citado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pirataria na Câmara dos Deputados e já tinha sido investigado durante a Operação Nicotina, realizada em novembro de 2002. A operação teve o apoio da Receita Federal e Ministério Público Federal e do Exército que cedeu instalações militares para reuniões e o alojamento das equipes encarregadas das investigações.
Os acusados serão indiciados pela prática de crimes como contrabando e descaminho, formação de quadrilha, estelionato, corrupção ativa e passiva, facilitação de contrabando e ou descaminho, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
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