Para presidente, empresários possibilitaram volta do crescimento econômico

02/05/2005 - 21h08

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a volta do crescimento econômico do país só foi possível porque muitos empresários acreditaram no novo governo e trabalharam neste sentido."O aperto de 2003 não foi uma tarefa fácil", enfatizou Lula, lembrando que muitas vezes lia nos jornais que o Brasil tinha acabado. "Nós entendíamos que não só não tinha acabado, como era preciso fazer aquele esforço para que a gente pudesse consolidar com uma certa tranqüilidade a volta do crescimento econômico", disse, durante as comemorações do quinto aniversário do jornal Valor Econômico, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O presidente enfatizou que nunca deixou que o processo eleitoral influenciasse as políticas de seu governo, lembrando que houve aumento na taxa básica de juros 15 dias antes das últimas eleições municipais. "Perto de eleições ninguém quer mexer com nada. Perto de eleições todos apresentam soluções fáceis", afirmou. "No Brasil normalmente as pessoas esticam a corda até passar as eleições. Passadas as eleições, solta a corda e fica quem quiser com o prejuízo", acrescentou.

Segundo Lula, foi isso que aconteceu com o Plano Cruzado e com a desvalorização cambial, mas agora o país vive "um momento diferente". E revelou ter aprendido que não se pode brincar com economia: "Você faz aventura em qualquer lugar do mundo. Pode até subir uma montanha pendurado numa corda, mas na economia você tem que agir com seriedade, principalmente num país que tem a vulnerabilidade que nós ainda temos", declarou

O programa Bolsa Família, o Estatuto do Idoso, o crédito consignado e o acesso dos trabalhadores a juros mais baixos estão fazendo com que circule no mercado um volume de recursos que não estava previsto, afirmou o presidente. Mas tudo isso não será suficiente se o governo não tiver competência de reduzir o déficit da Previdência Social nos próximos anos. "Nós vamos jogar pesado. Vamos conter este déficit", assegurou.

Segundo Lula, a previdência pode até não se tornar superavitária, mas tem que deixar de ser um "bolsão de prejuízo" no orçamento da União.