Lupi Martins
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - Produtores de arroz do Rio Grande do Sul decidiram manter o bloqueio à entrada de caminhões com produto importado da Argentina. Mais de 20 caminhões carregados de arroz aguardam próximo à balsa que faz a travessia do rio Uruguai entre Itaqui, na fronteira oeste do estado, e Alvear, na Argentina. Produtores de trigo de Giruá e Rondinha reforçaram hoje (2) o protesto dos arrozeiros.
Segundo Pedro da Alcântara, um dos líderes do movimento, os arrozeiros discutirão nesta terça-feira (3) quais postos de fronteira com Uruguai e Argentina também serão bloqueados.
No último sábado, os produtores de Aceguá,na fronteira com o Uruguai, decidiram acatar a decisão judicial e liberar a BR-153. A rodovia ficou bloqueada por cinco dias. Muitos produtores, entretanto, se deslocaram para reforçar o bloqueio iniciado na sexta-feira em Itaqui.
O presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Valter José Pötter, afirma que os produtores querem discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a redução de tributos para o setor. Eles consideram desleal a concorrência do arroz subsidiado por países do Mercosul. "O Brasil não precisa importar arroz porque é auto-suficiente, e já está com mais de 1,5 milhão de toneladas de arroz em casca da atual safra colhidas e armazenadas, e o produto importado do Mercosul continua entrando", diz o presidente da entidade.