INSS de São Paulo contesta acusações do Ministério Público Federal

02/05/2005 - 17h45

Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O superintendente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em São Paulo, Carlos Eduardo Gabas, informou que entregará pessoalmente, ainda nesta semana, um documento ao procurador do Ministério Público Federal Márcio Schutercshitz da Silva Araújo, em reposta às acusações de mau atendimento na agência da Previdência no bairro de Santo Amaro. A informação foi dada em entrevista coletiva convocada pela Superintendência do INSS.

O Ministério Público fez um pedido formal à Previdência para que melhore o serviço prestado à população, caso contrário, ajuizará ação civil pública contra o instituto. "O INSS não vai trabalhar em função de ações do Ministério Público. O Ministério Público é um grande parceiro na defesa dos interesses da cidade. Agora, nós temos que trabalhar com a nossa realidade. Nossa realidade mostra um programa que tem melhorado. O INSS não trabalha com a meta de 30 dias para acabar com as filas. É ilusão", afirmou Gabas.

Ele contesta os números apresentados pelo Ministério Público após vistoria no posto de Santo Amaro. De acordo com o MP, não haveria registro nos computadores da agência de 6.400 pedidos de benefícios e outros 27 mil pedidos estariam parados. "Contesto e provo que não existem esses números", disse Gabas

O superintendente do INSS confirmou que a chamada lista paralela chegou a existir, mas apenas no período do pós-greve. Atualmente, segundo ele, não há mais nenhum processo fora do sistema. Gabas disse que o INSS colhia nome, telefone e documentos das pessoas que procurava o posto e, posteriormente, agendava atendimento. Ele explicou que a medida de caráter emergencial foi aplicada para evitar demora no atendimento. Gabas ressaltou que existem no posto 2.719 requerimentos de benefícios e não 27 mil, como indica o Ministério Público.

Carlos Eduardo Gabas ressaltou que, de julho do ano passado a março deste ano, os pedidos de aposentadoria acumulados caíram de 17.500 para 6.927, graças aos trabalhos de mutirão nos fins de semana. Ele disse que solicitou, junto ao Ministério do Planejamento, que São Paulo tenha direito de contratar a metade das 900 vagas do concurso realizado em janeiro desse ano, e não as 145 inicialmente previstas. Caso o pedido seja aceito, Gabas disse que as cinco agências nas quais há o Projeto de Gestão de atendimento (PGA) passarão a atender das 8 até as 18 horas.