Ampliação do crédito eleva em 14,72% as vendas no comércio da Grande São Paulo em março

02/05/2005 - 19h30

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O faturamento de vendas no comércio de varejo na Região Metropolitana de São Paulo cresceu 14,72% em março em relação ao mesmo mês do ano passado. A informação é da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, divulgada hoje pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). O crescimento em relação ao mês anterior é de 16,31% e, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, de 6,59%.

Segundo a Fecomércio-SP, "a expansão foi generalizada entre os dez segmentos pesquisados, com queda em apenas um". E a alta ocorreu devido a uma "forte expansão do crédito". Ainda de acordo com a entidade, "dados do Banco Central mostram que as operações de crédito efetuadas pelas pessoas físicas em todo o país atingiram R$ 125 bilhões em março, volume 33% maior do que o verificado há um ano e R$ 12 bilhões acima do que foi utilizado em dezembro, o mês de pico de vendas no ano. Como conseqüência do estímulo de empréstimos consignados em folha de pagamento, o crédito pessoal mostrou valores ainda mais expressivos: 49% de aumento em relação a março do ano passado".

Para os economistas da federação, o consumidor se sente confiante em tomar crédito, "embora a renda não esteja subindo". A entidade destaca que o risco "a médio prazo", sem uma elevação real da renda, mantidas a desaceleração das contratações e a alta sistemática dos juros, "será apenas o aumento do endividamento e da inadimplência, fato que já começa a ser detectado pelas entidades financeiras de crédito".

As concessionárias de veículos, ainda de acordo com a Fecomércio-SP, registraram o melhor desempenho pelo terceiro mês consecutivo, com faturamento 46,04% superior ao de março do ano passado e de 44,31% no trimestre. Nos demais segmentos, os resultados de crescimento em março em relação ao mesmo mês de 2004 foram Autopeças e Acessórios (36,09%); Vestuário, Tecido e Calçados (22,07%), Supermercados (5,23%), Materiais de construção (3,23%), Eletrodomésticos (20,67%); Eletroeletrônico e Cine-foto-som (14,84%), Lojas de departamentos (14,90%) e Móveis e Decorações (o único com queda de faturamento, de 0,59%).