Força Sindical defende grande reajuste do salário mínimo antes de atrelá-lo ao crescimento do país

15/04/2005 - 17h54

Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Reajustar o salário mínimo de acordo com o crescimento da economia "é uma idéia boa, desde que tivesse sido adotada na época em que o salário mínimo foi inventado porque, durante todo esse período, a economia cresceu e o salário mínimo não", disse à Agência Brasil o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. "Durante o período que o Brasil cresceu de 10% a 12% ao ano, o país cresceu e o salário mínimo praticamente não teve reajuste", acrescentou.

Paulinho considera que a proposta de atrelar o reajuste do salário mínimo ao crescimento da economia, conforme proposto pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, seria "um desastre" para quem ganha salário mínimo, porque a medida seria adotada em um momento em que "o país está estagnado, a economia no mundo inteiro não cresce e a nossa, inclusive, está em decadência". Para que a medida tivesse efeito, segundo o presidente da Força Sindical, é preciso "dar um grande reajuste ao salário mínimo e depois atrelá-lo ao crescimento da economia".

O presidente da Força Sindical considera que o aumento do mínimo para R$ 300 a partir de maio representa um ganho para os trabalhadores que recebem o mínimo, porque o índice de reajuste é maior do que o de outras categorias.

"Existe o compromisso do presidente Lula de dobrar o valor do salário mínimo. Este reajuste de R$ 260 para R$ 300 está muito aquém do que se comprometeu no período eleitoral", observou. "Vamos continuar cobrando, inclusive, o reajuste para aqueles aposentados que ganham mais que o salário mínimo pelo mesmo aumento que receberam os que ganham salário mínimo e tiveram reajustes acima da inflação", acrescentou.

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