Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto Sensus está realizando uma pesquisa sobre a preferência entre os 513 deputados federais para saber qual o nome mais popular para suceder João Paulo Cunha
(PT-SP) na presidência da Câmara. A pesquisa foi contratada pelo grupo "Câmara Forte", que apóia a candidatura avulsa do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG).
Segundo o deputado João Leão (PL-BA), o grupo conta com 150 parlamentares e a candidatura de Virgílio Guimarães é apenas uma questão de tempo. A bancada petista, a maior da Câmara, indicou o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) para disputar a presidência da Casa.
Na pesquisa do Instituto Sensus, o voto é secreto e estão postos seis nomes: José Carlos
Aleluia (PFL-BA), que já anunciou candidatura avulsa; Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), indicado pela bancada do PT; Virgílio Guimarães (PT-MG), que defende a candidatura avulsa como "princípio republicano", mas não confirma seu nome como candidato; Michel Temer (PMDB-SP); José Múcio Monteiro (PTB-PE); e Severino Cavalcanti (PP-PE).
A eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, para o biênio 2005/2006, está marcada para o dia 14 de fevereiro.
Como ocorreu ontem, Virgílio Guimarães compareceu à cerimônia de posse de suplentes de deputados que foram eleitos prefeito ou vice-prefeito ou receberam convite para assumir secretarias municipais. Assumiram hoje os suplentes Francisco Graziano (PSDB-SP) e Antenor Manoel Naspolini (PSDB-CE).
A posse acabou se transformando num ato de apoio à candidatura do petista mineiro. Assim que chegou ao gabinete da presidência para cumprimentar os novos deputados, Virgílio Guimarães foi saudado por João Leão: "A Casa quer Virgílio Guimarães presidente da Câmara. Ninguém aqui é mais honesto, mais sério e mais capaz que Virgílio Guimarães", afirmou Leão, cercado por jornalistas.
João Leão afirmou que 90% da bancada do bloco PL/PSL – 48 parlamentares – apóia o nome de Virgílio. Ele não tem dúvida de que a candidatura avulsa do parlamentar mineiro será lançada. "Cavalo selado, quando passa, político monta", afirmou.
Virgílio Guimarães, que não admite o lançamento de sua candidatura avulsa, defende esse instrumento como "um princípio republicano". Ele lembra que, desde 1989, o PT lança candidatos
avulsos. "Ninguém pode tratar esta questão como reserva de domínio porque trata-se de uma defesa da instituição democrática", acrescentou.
O deputado Francisco Graziano, que tomou posse hoje, reconheceu que a manobra do PT de São Paulo para tirar do PSDB a presidência da Câmara de Vereadores pode repercutir nas eleições da Câmara dos Deputados. "Depois do que aconteceu em São Paulo, tudo ficou em aberto", disse ele. O deputado ressaltou, no entanto, que seguirá a orientação do líder do
PSDB, Custódio de Matos (MG).