Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje um apelo aos organismos financeiros que invistam em obras de infra-estrutura na América Latina como forma de atrair empresários e investimentos aos países em desenvolvimento. Lula disse que quer convencer o BNDES, o Banco Mundial e o FMI a investirem na América do Sul e evitarem a fuga de empresários da região.
Em discurso para empresários bolivianos, Lula também defendeu investimentos dos países ricos nas nações em desenvolvimento. Ele citou como exemplo a relação do Brasil com a Bolívia, e disse que "não haverá Brasil rico se a Bolívia e outros países da América do Sul continuarem pobres". O presidente disse que os governantes não devem ter medo de fazer novas parcerias, promover investimentos e fazer trocas comerciais, assim como os empresários.
O objetivo do governo brasileiro, segundo Lula, é modificar a geografia comercial, mundial e inserir o Brasil no mercado competitivo. "Durante 18 meses, visitei 31 países. Acredito que neste século, se tivermos sabedoria, poderemos nos apresentar ao mundo, mudando a geografia comercial".
Em um recado aos países desenvolvidos, Lula disse que os menos favorecidos "não precisam tanto deles, como pensam que precisamos". Em uma referência especial aos Estados Unidos, o presidente disse que a intenção do Brasil é não promover disputas, mas melhorar as relações comerciais.
Lula deixou aos empresários bolivianos, o recado de que terão no Brasil um parceiro leal "disposto a ajudar naquilo que estiver ao nosso alcance para que a Bolívia possa viver momentos de paz, tranquilidade e crescimento".
O presidente participou de cerimônia de relançamento da Câmara Nacional de Comércio Brasileiro-Boliviana e em seguida de jantar oferecido pelo presidente da Bolívia, Carlos Mesa.