Cassini começa a mapear a maior lua de Saturno

08/07/2004 - 12h37

Brasília, 8/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - Menos de uma semana após ter se tornado o primeiro artefato humano a entrar em órbita de Saturno, a sonda Cassini mostrou o valor da ambiciosa missão. Depois de ter revelado detalhes da estrutura dos anéis, agora é a vez das imagens que mostram detalhes da superfície de Titã, a maior lua do planeta.

As imagens divulgadas pela missão da Nasa, a agência espacial norte-americana, em parceria com a Agência Espacial Européia (Esa) e a Agência Espacial Italiana, mostram que o satélite está envolto numa imensa nuvem de gás. A nuvem é tão grande que alcança parte dos anéis e da atmosfera de Saturno.

A nave coletou os dados durante um sobrevôo de Titã, em que chegou a 339 mil quilômetros da superfície. Foram utilizados diversos instrumentos, como um espectômetro infravermelho, para poder ver por entre buracos no meio da densa atmosfera da lua.

Por meio da leitura das informações enviadas, os cientistas concluíram que a superfície do satélite pode ser definida como "exótica", composta por uma grande variedade de materiais ao sul, como gelo e de hidrocarbonetos, e por uma formação circular ao norte, que pode ser uma grande cratera.

Com as informações, os cientistas estão conseguindo criar o primeiro mapa da mineralogia de Titã, que mostra a distribuição das regiões ricas em hidrocarbonetos e das áreas de materiais gelados.

O estudo da maior lua de Saturno é um dos principais objetivos da missão, uma vez que os astrônomos acreditam que ali possam estar congelados compostos químicos mais velhos do que o surgimento de vida na Terra. A Cassini ainda deve realizar 45 sobrevôos em Titã, alguns a uma distância de apenas 950 quilômetros da superfície.

Em dezembro ou em janeiro de 2005 a sonda Huygens deve se soltar da Cassini e mergulhar na atmosfera de Titã até se chocar contra a sua superfície para obter dados mais precisos. A missão Cassini-Huygens pode ser acompanhada diariamente pelo endereços eletrônicos: http://saturn.jpl.nasa.gov e www.nasa.gov/cassini. (Agência Fapesp)