PPPs não vão resolver todos os gargalos de infra-estrutura, alerta especialista

22/06/2004 - 17h16

São Paulo, 22/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os empresários estão otimistas com a possibilidade de o país conseguir avançar na aplicação de recursos privados para investimentos em infra-estrutura por meio das parcerias-público privadas (PPPs), declarou hoje o vice-presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base (ABIDB), Paulo Godoy.

Ele advertiu, no entanto, que "não se pode imaginar que as PPPs vão resolver todos os gargalos da infra-estrutura". Opinou que o ideal seria canalizar esforços para os chamados projetos estruturantes que "podem alavancar outros recursos, posteriormente, e não imaginar uma parafernália de pequenas obras todas ligadas a esse conceito de PPPs".

Paulo Godoy sugeriu que o governo pode ampliar as chances de captação e credibilidade vinculando como garantia, nos fundos de retorno dos investimentos, cerca de 30% a 35% de ativos com alta liquidez, que poderiam ser ações de estatais negociadas nas bolsas de valores.

Ele acredita que o Brasil tem vantagem em relação a outros países. "O Brasil tem uma quantidade enorme de projetos viáveis do ponto de vista ambiental, que é um entrave enfrentado por outras nações".

O presidente da ABIDB esclareceu que vê gargalos expressivos que podem prejudicar a atividade produtiva em transportes, saneamento e energia. "Nós poderemos ter o maior sucesso na estabilidade macroeconômica e não conseguirmos desenvolver o país pelos gargalos que se apresentam na infra-estrutura".

A falta de investimentos, segundo Godoy, provoca uma perda de concorrência no mercado internacional e, caso não haja uma aceleração dos processos, em menos de cinco anos o país poderá cair para a vigésima posição no ranking mundial da economia.

Godoy foi um dos palestrantes do Fórum de Investimentos em Infra-estrutura, realizado no Hotel Meliá, na zona sul paulistana.