Juliana Andrade e Carolina Pimentel
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner deixou há pouco a sala onde se reunia com o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio. Wagner entregou ao religioso - que faz greve de fome há 11 dias em protesto contra o projeto de integração do Rio São Francisco às bacias do Nordeste Setentrional - uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está sendo analisada por Cappio e outros membros da Igreja.
Os dois conversaram a sós, por cerca de uma hora, na capela São Sebastião, que fica na fazenda Bela Vista, situada a cerca de cinco quilômetros do município de Cabrobó (PE). As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Relações Institucionais.
O ministro viajou no início da manhã de hoje (6) a Pernambuco, acompanhado pelo núncio apostólico, dom Lorenzo Baldisseri, representante do Vaticano no Brasil. Segundo a assessoria, o núncio vai entregar ao bispo uma carta enviada pelo papa Bento 16. A assessoria não informou qual o teor da carta e disse que dom Lorenzo Baldisseri deve se reunir com dom Luiz Flávio Cappio após o encontro com Jaques Wagner.
Ontem (5), em Brasília, o ministro afirmou "que o que o governo está oferecendo ao bispo é o prolongamento do diálogo sobre o tema envolvendo o São Francisco, no sentido de superar dúvidas e questionamentos". Segundo Jaques Wagner, com essas condições, "é possível ver o fim da greve de fome". A previsão é que o ministro retorne a Brasília no final do dia.
Cecília Jorge
Reporter Agência Brasil
Brasília – Presidential aide for International Affairs, Marco Aurélio Garcia, says he spoke with Robert Zoellick, the deputy secretary of State of the United States, about the possibility of Brazil acting to bring the US and Venezuela closer together. "I know that Venezuela would like that because it has wide-ranging economic relations with the US. On the other hand, Brazil is always willing to help," said Garcia.
Zoellick and Garcia also discussedthe situation in Latin America in general and specifically the elections in Bolivia. "Brazil hopes the election in Bolivia will result in a favorable institutional solution to the problems there. The international community should provide more economic assistance to Bolivia," declared Garcia.
With regard to the OAS, Garcia said that Brazil would like to see the organization act "in a more subtle manner, perhaps through 'friends groups' especially in dealing with delicate problems. The idea was to ensure that the OAS would not be seen as meddling in the internal affairs of countries," explained Garcia.
Translator: Allen Bennett
Cecilia Jorge
Reportera Agencia Brasil
Brasilia - El asesor de la Presidencia de la República para Asuntos Internacionales, Marco Aurelio García, dijo este jueves que Brasil puede contribuir en el proceso de aproximación entre Estados Unidos y Venezuela, explicando que al gobierno del vecino país le gustaría mantener una interlocución más fuerte con el del norte, teniendo en cuenta que las relaciones económicas entre los dos países son muy fuertes.
García habló sobre el asunto con el secretario adjunto de Estado Robert Zoellick, quien mantiene contactos en Brasil con autoridades y empresarios. Los dos hablaron también sobre la situación política latinoamericana, como la elección en Bolivia, sobre lo que manifestaron esperanza en que el proceso conduzca a una solución institucional favorable. García informó que el gobierno brasileño propone que la comunidad internacional de mayor apoyo economico a Bolivia como acción complementaria al fortalecimiento institucional del país.
El asesor añadió que discutió con el secretario estadounidense el papel de la Organización de Estados Americanos, considerando que en determinados momentos ella debe operar de forma más sutil, a través de grupos de amigos, principalmente en situaciones de crisis agudas, para que la actuación de la Organización no se perciba en tales países como una ingerencia externa.
Traducción : Jaime Valderrama
Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse hoje (6) que o Brasil pode contribuir no processo de aproximação entre Estados Unidos e Venezuela. "Sei que o governo venezuelano gostaria de manter uma interlocução mais forte com o governo norte-americano, até porque as relações econômicas da Venezuela com os Estados Unidos são muito grandes", afirmou Garcia. "O Brasil sempre está disposto a ajudar", afirmou.
Garcia conversou sobre o tema com o secretário adjunto de Estado norte-americano, Robert Zoellick, que está no Brasil para contatos com autoridades e empresários. Os dois falaram também sobre a situação política na América Latina, como a eleição na Bolívia. "Manifestamos a nossa esperança de que o processo eleitoral boliviano possa conduzir a uma solução institucional favorável naquele país", disse o assessor. Ele revelou que o governo brasileiro defende que a comunidade internacional dê maior apoio econômico à Bolívia como ação complementar ao fortalecimento institucional que o país precisa realizar.
Segundo Garcia, também foi discutido o papel da Organização dos Estados Americanos (OEA). "Disse que, em determinados momentos, é importante (a OEA) operar de forma mais sutil, talvez através de ‘grupos de amigos’, sobretudo em situações de crise muito aguda que pode ocorrer, para que isso não seja percebido nesses países como uma ingerência externa", informou.
Carolina Pimental
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer hoje (6) que não tomará nenhuma medida que comprometa a economia do país por causa das eleições. Ele pediu que os governantes não permitam, "em hipótese alguma", que o país retroceda por causa das eleições de 2006. Segundo ele, o problema do Brasil é que "a classe política só pensa de quatro em quatro anos".
"É muito mais fácil, simples e honesto você perder um voto, uma eleição, do que você atrasar durante uma década o desenvolvimento de uma nação. O Brasil está preparado, ávido em não permitir que seja jogada fora a oportunidade da gente se transformar numa nação próspera, produtiva e geradora de riqueza", afirmou.
Lula participou da cerimônia de assinatura de Portaria do Ministério da Saúde que aumenta em R$ 30 milhões por ano o repasse de recursos para o estado de Minas Gerais para o custeio do hospital Venda Nova, em Belo Horizonte.
Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio - Ambientalistas fazem manifestação contra o exercício de simulação de acidente nuclear que está sendo realizado na Usina de Angra 1, em Angra dos Reis, no litoral fluminense. Integrantes da Ong Sapê bloquearam parte da pista da Rodovia Rio-Santos (BR-101) com o objetivo de provar que o Plano de Emergência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto contém falhas no planejamento de evacuação.
Os manifestantes bloquearam com pedras parte da pista da rodovia que é a principal alternativa viária para a retirada da população civil em caso de acidente nas usinas nucleares de Angra dos Reis.
O assessor do Ministério da Ciência e Tecnologia no Sistema de Proteção do Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), Saul Zardo Filho, informou que as pedras que bloqueavam a rodovia já foram retiradas por uma retroescavadeira e que a simulação prossegue de acordo com o planejado.
Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A ação da Polícia Militar para coibir as atividades dos sindicalistas marcou o início da greve dos bancários na manhã de hoje (5) em São Paulo. A Assessoria de Imprensa do sindicato paulista da categoria, contou que policiais militares esvaziaram a agência da Praça da República usando cassetetes. O sindicalista Marcos Amaral foi preso na ocasião e dois jornalistas foram agredidos.
Segundo a Assessoria do sindicato, houve problemas com a polícia na agência do Banco Brasileiro de Descontos S.A (Bradesco) na rua Boa Vista, no centro financeiro da capital, que não permitiu a presença de sindicalistas no local. Na agência da Praça da República, também na região central, a ação da polícia ocorreu enquanto os bancários tentavam conseguir autorização da gerência para que os funcionários votassem no local se trabalhariam ou iriam parar.
Tanto a assessoria de imprensa do sindicato dos bancários quanto da Confederação Nacional dos Bancários (CNB) informam que ainda não há balanços sobre o início da paralisação no primeiro dia da greve.
Após uma paralisação de um dia de advertência, na semana passada, representantes da CNB de todo o país decidiram iniciar a greve geral por tempo indeterminado.
A agenda de negociações dos bancários inclui uma centena de pontos, mas os principais são um reajuste salarial de 11,77% (inflação mais aumento real) e maior participação nos lucros e resultados. Os bancários também pedem a ampliação do horário de atendimento ao público, com a criação de dois turnos de trabalho, que gerariam empregos para os bancários e reduziriam sua sobrecarga e melhorariam o atendimento, reduzindo as filas.
Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio – A produção industrial cresceu 1,1% em agosto. Com o resultado, a taxa volta a ficar positiva depois do registro de queda de 1,9% em julho. A redução naquele mês havia interrompido o crescimento registrado nos quatro meses anteriores. Os números foram divulgados hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se comparada a agosto do ano passado, a elevação é de 3,8%, acumulando no ano crescimento de 4,3%. Nos últimos doze meses, contados até agosto, a produção industrial cresceu 5,1%.
Dos 23 setores e atividades pesquisados, 11 apresentaram crescimento, as principais são: fumo (25,1%), farmacêutica (6,2%) e máquinas e equipamentos (3,2%), refino de petróleo e produção de álcool (2,4%) e bebidas (5,8%).
O chefe da Coordenação da Indústria do IBGE, Sílvio Sales, considerou bom o resultado de agosto. Ele destacou que quase no terceiro trimestre do ano (julho, agosto e setembro) a indústria mostra crescimento, embora "discreto". A principal influência, segundo Sales é o comportamento da área de bens de consumo, tanto os duráveis, como não duráveis. "Quando falamos em bens de consumo não duráveis, o mercado interno tem uma importância expressiva no desempenho desse setor", disse.
Os bens de consumo duráveis (automóveis; eletrodomésticos; televisores; celulares e motos e bicicletas) apresentaram crescimento de 3,8% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, e os semi e não-duráveis (carnes; sucos e concentrados de frutas; leite e laticínios; bebidas; calçados; medicamentos e álcool e gasolina), de 8,2% no mesmo período.
Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O projeto de lei que reforma do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) "traz um novo ordenamento institucional", defendeu hoje (6) o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
Segundo ele, a mudança fortalece o papel do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), redefine os papéis da Secretaria de Direito Econômico, do Ministério da Justiça, e da Secretaria de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda.
A afirmação foi feita pelo ministro na sede do Cade, ao receber da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), um relatório contendo 22 sugestões de mudanças na lei e na política de concorrência no Brasil. Dois terços das recomendações constam do novo projeto de lei de concorrência, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há algumas semanas, e encaminhado ao Congresso Nacional.
Palocci afirmou que a questão da concorrência ganhou peso nas economias modernas e é "fundamental para a criação, o estímulo e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países". Para o ministro, além da estabilidade macroeconômica, as reformas microeconômicas são "fundamentais". "Os mais modernos estudos de economia mostram que a combinação de estabilidade econômica e reformas pode colocar um país em ritmo de crescimento de longo prazo", ressaltou.
Palloci afirmou que uma economia eficiente é aquela que gera equilíbrio e regras estáveis para os "agentes privados agirem de maneira ativa, confiante". Ele destacou ainda que as reformas institucionais "são necessárias, mas não devem ser intermináveis".
O ministro pediu agilidade nos debates do projeto de lei no Congresso, para reduzir o tempo de tramitação. Ele disse que sua expectativa é de que o prazo para aprovação da matéria seja de 12 semanas "e não de 12 anos, como aconteceu com a nova Lei de Falências". "Não podemos nos dar ao luxo de levar 12 anos (debatendo a matéria), pela importância para o estímulo ao desenvolvimento", afirmou.
Cecília Jorge
Reportera - Agencia Brasil
Brasilia – El fortalecimiento de las relaciones entre Brasil y Estados Unidos fue uno de los principales asuntos discutidos por el secretario adjunto de Estado estadounidense, Robert Zoellick, y el asesor de la Presidencia de la República de Brasil para Asuntos Internacionales, Marco Aurélio Garcia. Según Garcia, el gobierno estadounidense quiere elevar el nivel de las relaciones entre los dos países y establecer con Brasil una relación semejante a la que tiene con la India y China.
Marco Aurélio Garcia dijo que la intención de Estados Unidos revela el momento favorable de la relación bilateral. Según Garcia, los dos países pretenden crear grupos de trabajo conjunto en las áreas de educación, salud, medio ambiente y ciencia y tecnología.
Zoellick está en Brasil para contactos con autoridades y empresarios.
Traducción: Andréa Alves