População de Brasília é a mais satisfeita com qualidade de vida, revela pesquisa da FGV

27/10/2005 - 14h45

Rio, 27/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - A população de Brasília é a que está mais satisfeita com a qualidade de vida de sua cidade, enquanto os moradores de Rio Branco, são os mais insatisfeitos. A revelação consta da segunda edição do Índice de Condições de Vida (ICV), divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O levantamento foi feito pela FGV Projetos, com base nos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2002/2003, divulgada no começo deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo da FGV Projetos abrangeu os principais aspectos das condições de vida em 26 capitais brasileiras, além da área de Plano Piloto, região central de Brasília. Os pesquisadores abordaram os principais aspectos relacionados às condições de vida da população brasileira, entre eles, problemas com a violência, moradia, condições de alimentação, renda familiar e oferta de serviços públicos.

De acordo com os resultados, o nível de satisfação da população que vive na capital do país é 113,52% maior que a média nacional, levando-se em consideração a média entre satisfação e insatisfação.

Além de Brasília, as cidades de Vitória; Curitiba; Belo Horizonte; Palmas; Goiânia; Florianópolis; Porto Alegre; Campo Grande; Rio de Janeiro; São Paulo e Aracaju aparecem como as que oferecem as melhores condições de vida para a população nos 12 itens pesquisados. Na cidade do Rio, o grau de satisfação é 20,50% maior que a média nacional e, em São Paulo, de 18,91%.

Segundo o coordenador da pesquisa, professor Fernando Blumenschein, apesar do resultado positivo nas duas cidades, elas não podem ser consideradas bons lugares para viver, uma vez que ocupam posições pouco acima da média nacional. Ele destacou também o fato de nenhuma capital das regiões Norte e Nordeste conseguir resultados positivos no índice de qualidade de vida.

"Os resultados mostram uma discrepância muito grande entre a qualidade de vida do país como um todo, e revelam desigualdade nas regiões Norte e Nordeste em relação às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste", explicou Blumenschein. O professor disse que o nível de condições de vida da população interfere diretamente na mão-de-obra, migração e investimentos. Segundo ele, quanto menor a qualidade de vida da população, menor a produtividade do trabalhador, maior o fluxo de migração e menor a possibilidade de investimentos, com reflexos negativos na geração de emprego e renda.

Para Fernando Blumenschein, a pesquisa é uma espécie de "mapa dos problemas" que têm impacto direto na percepção da qualidade de vida das pessoas. Ele acrescentou que o objetivo não é criar um "ranking" de competitividade entre as cidades, mas mostrar o que a população acha da vida que leva. "Esse monitoramento pode auxiliar na formulação de políticas públicas mais adequadas e mais eficientes nas diferentes camadas da população", ressaltou.