ONG ambiental elogia fiscalização, mas cobra agenda positiva do governo

27/10/2005 - 21h18

Fernanda Muylaert
Da Agência Brasil

Brasília - A Operação Ouro Verde, realizada ontem (26) por agentes da Polícia Federal e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e que resultou na prisão de 43 envolvidos em falsificação e distribuição de Autorizações para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs), "reflete o aumento de fiscalização e o empenho do governo em combater o comércio ilegal de madeira".

A afirmação consta de nota divulgada hoje (27) pela organização não-governamental WWF-Brasil. De acordo com o coordenador de políticas públicas do organismo, Mauro Armelim, o trabalho integrado mostra que o governo está procurando uma solução para o problema do desmatamento na Amazônia. "Não basta simplesmente colocar o Ministério do Meio Ambiente para correr atrás de madeireiros. Precisamos combater o crime ambiental que não está só no roubo de toras, porque essa atividade movimenta milhões e representa formação de quadrilha, evasão de divisas e sonegação", afirmou.

Apesar de aprovar essas ações, Armelim também cobrou iniciativas do governo: "É necessário o trabalho voltado para a agenda positiva, que é fomentar as ações legais como o manejo florestal, de forma a gerar divisas, empregos e a preservação da natureza". O coordenador lembrou ainda que a falta de fomento para ações legais faz com que muitos madeireiros passem a atuar na ilegalidade.

A Polícia Federal informa que além dos empresários, madeireiros, revendedores de carros, fiscais da Fazenda no Pará e despachantes presos, espera cumprir mais sete mandados de prisão, além dos 78 de busca e apreensão já executados nos estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Rondônia.