Para Dilma Rousseff, país tem ''caminho a percorrer'' na área dos direitos humanos

25/10/2005 - 23h52

São Paulo, 26/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o Brasil tem ainda um "caminho a percorrer" no campo dos direitos humanos. Ao analisar o relatório divulgado pela Anistia Internacional sobre a situação dos direitos humanos no Brasil, afirmou: "Tenho absoluta clareza de que quem escreveu esse relatório não tem a menor consciência do que era o Brasil nos anos 70. Não sabe o que significava passar longos anos na cadeia ou fora do Brasil. Ou, infelizmente, ser levado à morte".

A instituição divulgou ontem (25) relatório informando que atentados aos direitos humanos persistem no Brasil. O texto expressa a preocupação da entidade com o "elevado número de homicídios praticados por policiais, disseminação da tortura e de maus tratos no país" e acrescenta que "a Anistia Internacional lamenta o fracasso das autoridades brasileiras em garantir a proteção mínima aos direitos humanos de toda a população desde 1996".

De acordo com a ministra, "o fato de que nós tenhamos – e temos de fato – trabalho escravo, tortura em muitos processos policiais, não elimina a conquista da democracia no nosso país. Não pode eliminar e nós não podemos, em um ato como esse, diminuir o que isso representou no país e representará daqui para frente".

Dilma Rousseff fez as declarações durante a solenidade de entrega do 27º Prêmio Jornalístico Vlademir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na noite de ontem (25). E acrescentou: "Nós ainda temos que combater o trabalho escravo, temos que combater o uso de práticas indevidas na repressão de atividades ilegais. Mas nós hoje somos uma democracia, um país que tolera a diferença e que convive com a diferença".