Da BBC Brasil
Brasília - Os rebeldes líbios contrários ao regime do coronel Muammar Khadafi avançam com rapidez em direção ao Oeste do país, depois de terem retomado o controle de pelo menos quatro cidades que estavam sob as forças do governo.
Hoje (26), as cidades de Brega, Ugayla e Ras Lanuf voltaram ao domínio das forças de oposição ao regime. No sábado (25), foi a vez da cidade de Ajdabiya, que havia sofrido intenso bombardeio por parte da coalizão internacional que atua na Líbia.
Com o domínio de Ras Lanuf e Brega, os rebeldes controlam todos os principais terminais de petróleo no leste da Líbia. Já Ajdabiya fica na intersecção de duas grandes rodovias, o que abre caminho para os oposicionistas avançarem a oeste.
Estas três cidades haviam sido dominadas pelas forças leais a Khadafi antes dos ataques aéreos da coalizão, iniciados na semana passada.
Um comandante dos insurgentes disse que os combatentes pró-Khadafi estão fugindo e que, "com a ajuda de Deus", os insurgentes chegarão à cidade de Sirte amanhã. Sirte é a cidade natal do líder líbio, considerada uma de suas fortalezas mais bem resguardadas.
A tarefa dos rebeldes será mais difícil daqui para a frente, principalmente em uma eventual ofensiva em Sirte. O avanço dos rebeldes nos últimos dois dias, com a reconquista de cidades estrategicamente importantes, ocorreu com a ajuda dos bombardeios das forças da coalização ocidental no país, que atuam com autorização do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os ataques debilitaram fortemente as forças de Khadafi nos últimos dias, com a destruição de tanques e armamentos, fazendo com que os insurgentes aproveitassem a fraqueza do inimigo para avançar em suas posições.
Na manhã deste domingo, o papa Bento 16 pediu diálogo imediato na Líbia, com o objetivo de acabar tanto com o conflito entre as forças pró e contra Khadafi quanto com os bombardeios dos aliados.
Durante a benção de domingo aos fieis na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa se disse apreensivo sobre o desenvolvimento dos acontecimentos na Líbia, e afirmou temer pela segurança e pela vida dos civis no país.
Bento 16 pediu que diplomatas de diferentes países atuem para dar início aos diálogos na Líbia. Além disto, o Papa disse estar preocupado com a onda de violência que assola os países do Oriente Médio desde o início do ano.