Lula rebate críticas à criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

02/12/2010 - 15h12

Priscilla Mazzenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ao participar, hoje (2), da última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço dos trabalhos e rebateu as críticas feitas ao órgão na época de sua criação, em 2003.

"Levamos algum tempo para convencer deputados e senadores de que o conselho não era uma área de conflito. Era para tornar o debate mais plural”, disse Lula. “Terminados os oito anos [de mandato], não existe um congressista que não seja obrigado a reconhecer o trabalho importante que o conselho fez para o governo e para o país”, completou o presidente. Segundo ele, o trabalho atual será base para o funcionamento do CDES no próximo governo.

O presidente lembrou a situação econômica brasileira na década de 1980 e fez um parâmetro com o Brasil atual. Hoje paga-se o "esqueleto" de vários planos daquela época, quando a economia era tratada como se fosse uma questão de mágica.

"O cidadão inventava uma tese e tentava anunciar um pacote como se fosse uma coisa clandestina, não dava resultado, e ninguém assumia a culpa pelo erro. O ministro caía, o país ficava com o prejuízo, entrava outro ministro, outro plano. Em política econômica, tem-se de trabalhar com seriedade e com previsibilidade. Esse foi o milagre deste país. A gente, em vez de governar, foi tratar, ouvir o que as pessoas tinham a dizer para nós”, afirmou.

Lula fez também referência à União Nacional dos Estudantes (UNE) que, até o fim do governo, deverá receber R$ 42 milhões para construir uma nova sede no Rio de Janeiro. “Atendemos a todas as reivindicações da UNE. Todas, sem distinção. A última será o começo da construção da sede da UNE.”

Ele lamentou que vá entregar o governo à presidenta eleita, Dilma Rousseff, sem aprovar diversos marcos regulatórios em discussão. “Falo para o próximo governo: faça apenas o óbvio. Tudo que tentar fazer diferente será problemático. O óbvio é simples, todo mundo sabe o que tem de ser feito, mas nem todo mundo quer fazer”, concluiu.

Edição: Nádia Franco