Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma rede internacional que congrega médicos e academias de ciências de nove países, a Inter Academy Medical Panel (Iamp), quer que líderes mundiais levem em consideração os benefícios à saúde humana nas discussões sobre as mudanças climáticas.
A declaração da Iamp foi divulgada esta semana quando ocorre a 16° Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-16), em Cancun, no México.
De acordo com a entidade, da qual a Academia Brasileira de Ciências faz parte, pesquisas indicam que a adoção de medidas para diminuir a emissão dos gases de efeito estufa podem também trazer benefícios para a saúde das populações locais. A entidade citou, por exemplo, a questão do consumo de carne bovina que, se for diminuída, leva fatalmente à redução dos rebanhos, que são responsáveis por emissão de metano, um dos gases de efeito estufa.
Em São Paulo, por exemplo, se as pessoas comerem 30% menos gordura de origem animal, estima-se redução de 16% na incidência de doenças cardíacas, conforme dados citados pela rede de academias de ciências. A organização lembra que os bovinos emitem metano, gás que contribui para o aquecimento global.
Outra pesquisa diz que a Índia pode evitar 2 milhões de mortes prematuras por doenças respiratórias apenas com a substituição de fogões a lenha por fogões à base de biomassa no prazo de dez anos. A troca do carro pela bicicleta ou caminhada pode reduzir de 10% a 20% o registro de doenças cardíacas e isquemia cerebral na população de Londres. “Enquanto os benefícios da redução das emissões demandam um largo período de tempo para serem sentidas, bem como são dispersas ao longo do planeta, os cobenefícios à saúde são imediatos e são perceptíveis localmente”, diz a Iamp.
Edição: Aécio Amado