Norte-americana libertada pela Irã agradece ao Brasil e pede mais ajuda

21/09/2010 - 20h40

 

Da Agência Brasil

 

Brasília - A norte-americana Sarah Shourd, libertada há uma semana pelo governo do Irã após passar 410 dias presa no país, esteve hoje (21) na Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas para agradecer a ajuda do paísl, que interveio para sua soltura. As informações são da BBC Brasil.

 

Sarah se reuniu com o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, e pediu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intervenha para que o noivo dela, Shane Bauer, e o amigo Josh Fattal, que permanecem detidos no Irã, também sejam liberados.

 

“A reunião foi muito boa, aprecio esta oportunidade de conversar com o ministro e o interesse e o envolvimento do Brasil, mas não posso mais comentar o assunto”, disse Sarah.

 

“Estamos muito agradecidos pela ajuda do Brasil, do presidente Lula e do ministro Celso Amorim”, acrescentou Alex Fattal, irmão de Josh, pedindo que o Brasil “continue falando com os iranianos para que eles [tomem a atitude] humanitária”.

 

Amorim prometeu continuar a pedir a libertação dos outros americanos. “Este é um assunto humanitário e a gente tem que tratar com toda a delicadeza, ou as coisas não acontecem”, disse.

 

No dia da libertação de Sarah, Amorim mandou um telegrama de agradecimento ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Segundo o ministro, a libertação da americana mostra uma abertura do governo iraniano depois de um esforço conjunto de vários países.

 

“Numa situação como esta, ninguém pode buscar crédito para si. O presidente Lula conversou com o presidente Ahmadinejad de maneira muito respeitosa. Eu mandei também uma mensagem respeitosa, mas, ao mesmo tempo manifestando, o apreço [pelo fato] de que as ponderações do presidente Lula tenham sido ouvidas. Esperamos que ele [Ahmadinejad] possa tomar outras decisões soberanas no mesmo sentido.”

 

Amorim ressaltou que a libertação foi uma “decisão soberana” de Teerã e que “não teria cabimento” exercer pressão sobre o regime iraniano – apenas fazer “apelos, porque as pessoas confiam na gente”.

 

Segundo Amorim, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, agradeceu ao Brasil pela libertação de Shourd.

 

Os três americanos foram detidos há 14 meses por entrar de forma ilegal no Irã, segundo o governo daquele país. Eles foram acusados de espionagem pelo governo do Irã. O crime é punido com a morte pela lei iraniana. No último dia 14, a Justiça libertou Sarah, aceitando o argumento de que a norte-americana tinha o estado de saúde debilitado. Bauer e Fattal, porém, permanecem detidos e devem ir a julgamento.

 

Edição: João Carlos Rodrigues