Da Agência Brasil
Brasília - Várias entidades religiosas participaram hoje (21), no Memorial dos Povos Indígenas, da solenidade comemorativa do Dia Mundial da Religião e do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A iniciativa, com apoio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), visa a promover o diálogo entre todas as comunidades, sejam elas africanas, islâmicas ou indígenas. A data foi oficializada pela Lei nº 11.635, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2007.De acordo com o subsecretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano, nos últimos 18 meses, a SEDH trabalhou em todo o país com mais de 100 entidades religiosas, com o objetivo de elaborar um plano de médio e longo prazos para enfrentar as diferenças entre as religiões e, assim, fazer com que a sociedade brasileira conviva com os diferentes grupos religiosos."O nosso trabalho é fazer com que haja entendimento entre as religiões e, também, assegurar a liberdade de todas elas", disse Cipriano. Para o subsecretário, o trabalho não é só religioso e, sim, social. Ele citou os conflitos do Oriente Médio para exemplificar de que maneira a intolerância religiosa pode afetar uma nação. O coordenador do Centro de Referência Religiosa, Elianildo Nascimento, disse que é necessário muita articulação com os setores sociais para o sucesso do trabalho. "O Ministério da Defesa, por exemplo, nos ajudou a resolver um problema com o Exército. Dois irmãos, de uma mesma religião, que não podiam fazer uso de armas, estavam impedidos de servir o Exército. A partir de uma conversa com a secretaria, eles se alistaram para trabalhar na área de comunicação e serviço do comando. Isso é um avanço", relatou.Para o representante brasileiro das Nações Unidas (ONU), ligado aos Temas Indígenas, Marcos Terena, ainda existe preconceito no Brasil quando se fala em religião. Apesar da diversidade que se encontra em todo o terrítório nacional, a intolerância ainda permanece. Na sua opinião, encontros como o de hoje contribuem para o entendimento entre os seguidores das mais diversas religiões. "Nós nunca seremos 100% católicos ou 100% protestantes. Sempre seremos um pouco de cada um, por isso devemos respeitar a todos. Isso é espiritualidade. Isso é acreditar em Deus, independentemente de que maneira cada um o vê, ou como um ente da natureza, ou como um ser divino". Para simbolizar a fraternidade, foi proposta, ao final da cerimônia, um oração universal que envolvesse todas as comunidades ali representadas.