Donos de postos acham que preço do álcool não cairá; consumidores acreditam em redução

11/01/2010 - 21h23

Da Agência Brasil

Brasília - Com a redução de 25%para 20% do percentual de adição de etanol na gasolina, o mercadode Brasília vive um clima de expectativa. Os gerentes de postos decombustíveis não acreditam que a diminuição da mistura, anunciadahoje (11) pelo governo, vá provocar uma queda no preço do produto.Os consumidores torcem, entretanto, para que o etanol fique maisbarato, a partir de fevereiro, quando a medida passará a vigorar. Para os donos dospostos de combustíveis da capital, a medida do governo pode resultarnum aumento dos preços do álcool e da gasolina. “Já nasprimeiras semanas de fevereiro poderemos ver essa diferença nastabelas”, disse Bruno Dias, representante de um posto na áreacentral de Brasília.Éverton Souza, gerentede outro posto da zona central da cidade, disse que outras medidasdeveriam ter sido adotadas para proteger o álcool, porque a escolhaentre o etanol e gasolina depende do consumidor. “Apenas algunsmotoristas pensam na economia do combustível na hora de abastecer.Outros pensam no motor e no desempenho do carro. Acho que a procura[por etanol] não diminuirá tanto assim. São apenasexpectativas”.Luís Gomes dos Santos, representante de um posto na Asa Norte, afirma que a gasolina sempretem o preço maior que o do álcool. Ele acha que o governo decidiureduzir a mistura para fazer com o mercado de combustíveis voltassea viver situação semelhante a de meses atrás, quando o preço doálcool era mais vantajoso para os donos de veículos flex. “Oproblema é que dependemos de uma série de fatores, como o aumentodas exportações do açúcar [quando as cotações internacionaisdo produto estão mais atrativas a indústria canavieira prefereproduzir mais açúcar a partir da cana do que fabricar álcoolcombustível] e o clima.” De acordo com diretortécnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Antôniode Pádua Rodrigues, é necessário que se respeite o prazo de 90dias, que vai de 1º de fevereiro até 1º de maio de 2010, para vercomo o mercado se comporta. “A disponibilidade de álcool anidrodará segurança ao consumidor por conta de migração do etanolhidratado para gasolina”. Segundo a Unica, a redução poderesultar num oferta adicional de 100 milhões de litros do produtopor mês.O estudante CarlosBotelho, dono de um veículo biocombustível, disse que quandocomprou o seu carro era vantagem abastecer com etanol, mas com otempo o preço foi se aproximando da cotação da gasolina. “Adiferença é pouca na hora de escolher entre o álcool e a gasolina.Nas últimas semanas, até preferi abastecer com a gasolina por contado preço”, disse ele.O professor CarlosMagno, proprietário de um carro flex, contou que abastece de acordocom a tabela do posto. “Duvido muito que dê pane no veículo porusar só um tipo de combustível. Não posso me dá o luxo deabastecer só com álcool. Espero que a medida do governo ajude nãosó os postos, mas os consumidores.”Pesquisa realizada pelaAgência Nacional do Petróleo (ANP) mostras que apenas em seteestados era mais vantajoso abastecer os veículos com álcool.