Arruda controla as três comissões montadas na Câmara Legislativa para investigar o seu governo

11/01/2010 - 19h51

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No primeiro dia da autoconvocação da Câmara Legislativa do DistritoFederal, os aliados do governador José Roberto Arruda (sem partido)ficaram com o comando das três comissões montadas para investigar osuposto esquema de corrupção no governo local. O deputadoGeraldo Naves (DEM) foi eleito para presidente da Comissão deConstituição e Justiça (CCJ), que vai analisar a constitucionalidadedos três pedidos de impeachment contra Arruda, apontado como chefe dosuposto esquema de pagamento de propina a deputados distritais em trocade apoio político. O vice-presidente é o Dr. Charles (PTB).Arelatoria dos processos na CCJ ficou com Batista das Cooperativas(PRP). Formam ainda a comissão Eurides Brito (PMDB) – que aparece em umvídeo colocando suposto dinheiro de propina na bolsa -, e Chico Leite(PT), único membro da oposição. A comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre as denúncias de irregularidades no governo do Distrito Federal de janeiro de 1991 a novembro de2009, a chamada CPI da Corrupção, será presidida por Alírio Neto (PPS),ex-secretário de Justiça de Arruda. O vice é Batista das Cooperativas(PRP). O deputado Paulo Tadeu (PT), oposição na CPI, tentoucolocar em votação hoje (11) a convocação do ex-secretário de RelaçõesInstitucionais, Durval Barbosa, denunciante do suposto esquema depropina investigado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.Segundo denúncias de Durval, o dinheiro viria das empresas prestadorasde serviço ao governo local. Porém, o petista foi voto vencido e osgovernistas adiaram para quinta-feira (14).Atelá, o pedido será analisado pelo relator Raimundo Ribeiro (PSDB), atualcorregedor temporário da Câmara e também ex- Secretário de Justiça deArruda. A deputada Eliana Pedrosa (DEM), ex- secretária deDesenvolvimento Social e Transferência de Renda do atual governo, éoutra integrante da CPI.Assim como nas demais comissões, osdistritais dominam a Comissão Especial, que também analisará osprocessos de impeachment. Os escolhidos foram: Cristiano Araújo (PTB),Alírio Neto (PPS), Geraldo Naves (DEM), Batista das Cooperativas (PRP)e Chico Leite (PT). “É a construção para colocar toda a sujeira paradebaixo do tapete. É uma manobra de Arruda”, afirmou Paulo Tadeu.Abancada do PT protocolou ainda um requerimento para o afastamento deLeonardo Prudente (sem partido) da presidência da Casa enquanto duraremas investigações e a convocação extraordinária. Prudente, flagrado emvídeo colocando dinheiro nas meias e no terno, voltou ao cargo hoje,mas evitou aparecer em público. Ele disse que vai continuar no posto, mesmocom o processo de quebra de decoro parlamentar. Emcontrapartida, a base governista pede o afastamento do vice-presidente,Cabo Patrício (PT), que também responde a processo, não relacionado àOperação Caixa de Pandora. “Nesse momento de crise, a Câmara deve sercomandada por quem não responde a nenhum processo”, disse ElianaPedrosa (DEM). Assim que a Casa reiniciou os trabalhos,manifestantes pró e contra Arruda protestaram em frente à Câmara. Opoliciamento foi reforçado no local para evitar tumulto e a entrada dopúblico foi proibida.