Setor têxtil brasileiro espera criar mais de 40 mil empregos formais em 2010

11/01/2010 - 17h32

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O setor têxtil e deconfecção prevê criar mais de 40 mil empregos formais este ano. “Éum número muito importante para o nosso estoque de 1,650 milhão deempregos. A gente acredita que 2010 vai ser muito importante para osetor em produção, geração de emprego e renda”, afirmou hoje(11) o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil ede Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho.Ele lembrou que foramcriados, de janeiro a novembro do ano passado, 34.129 postos formaisde trabalho. A estimativa é fechar 2009 com um saldo de 25 milempregos gerados, que vão se somar ao estoque de vagas da indústriatêxtil. A queda em 2009, assinalou, deve-se a questões desazonalidade, que afetaram o desenvolvimento da área produtiva.Antes disso, o setor jáhavia sido atingido pela crise econômica internacional. Entrejaneiro e novembro de 2008, a cadeia têxtil e de confecção crioucerca de 51.355 empregos. Com as turbulências econômicas mundial,2008 fechou com uma perda de 29.346 postos de trabalho no segmentoO setor têxtil e devestuário tem 10,6% de todo o emprego gerado na indústria detransformação, constituindo o sétimo segmento da geração doProduto Interno Bruto (PIB) na indústria de transformação.“Estamos acima de celulose, borracha, minerais. É um setor quegera 10,6% de todo o emprego e representa 4,9% do PIB”, disseDiniz.Somando os segmentostêxtil, de vestuário e de calçados, a participação é de 6,8%na geração de PIB da indústria de transformação e representa16,47% dos empregos gerados. “Esses três setores estão sob a mirada concorrência internacional. São números bastanterepresentativos, porque a indústria têxtil e de confecção estádistribuída por todo o Brasil”, comentou Diniz.Para que esses empregosnão sejam, entretanto, desviados para países concorrentes doBrasil, em especial os asiáticos, como Indonésia e China, opresidente da Abit observou que devem ser sanados alguns problemas,inclusive no que respeita à compra governamental de uniformes efardas militares. “Por enquanto, o setor têxtil brasileiro nãoestá conseguindo fornecer para o Exército brasileiro”. A questãofoi levada ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. “Levamos aoministro essa condição esdrúxula da farda do Exército brasileiraser comprada na China”. Jobim prometeu tomar providências.Diniz enfatizou que“não é admissível que um setor como o têxtil, que tem 10,6% doemprego gerado no país, possa ser tratado dessa forma, permitindoque produtos de países que praticam dumping comercial,cambial, social e ecológico tenham entrado no Brasil de forma totalmente isonômica. A gente quer condições de trabalho paraenfrentar esses países que, por todos esses dumpings quefazem, ficam mais competitivos, o que é completamente injusto”.Além do problema dodólar, que depreciado em relação ao real, o presidente da Abitindicou que o Brasil deve resolver outras questões importantes,como as reformas estruturais e a desoneração tributária. “Ocusto da mão de obra no Brasil é imenso, o problema da segurançajurídica é falho e o problema da infraestrutura é terrível. Háuma série de problemas que, com o dólar baixo, aparecem mais”.