Senadores querem discutir problemas da indústria do álcool

10/01/2010 - 23h17

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A redução, em estudopelo governo, do percentual de álcool anidro misturado na gasolina tempreocupado senadores. O presidente da Comissão de Meio Ambiente eDefesa do Consumidor, Renato Casagrande (PSB-ES), pretende realizaraudiências públicas com representantes do governo e do setorsucroalcooleiro para debater os problemas enfrentados pela indústria doálcool e a necessidade de o país ter regras mais firmes nessa área.“Estamudança é ruim tanto do ponto de vista ambiental, porque aumenta aemissão de poluentes, quanto do ponto de vista econômico, porque cria umainsegurança no setor”, afirmou Casagrande. O parlamentar acrescentouque o programa do álcool no Brasil como fonte alternativa ao petróleoestá consolidado e, neste momento, o que é necessário é dar segurançaao setor e aos consumidores.O senador Francisco Dornelles(PP-RJ), integrante da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), temopinião semelhante. A seu  ver, mudanças pontuais na política do álcoolservem para criar intranquilidade no mercado produtor. Ele destacou quecabe ao Executivo definir “regras bem firmes” para evitar fatos comoesse.“Como o [preço do] álcool subiu demais, o governo tentaagora reduzir a sua participação na gasolina, o que aumenta o estoque eprovoca a redução do preço”, explicou Dornelles.O líder do PDT,Osmar Dias (PR), defensor do setor agrícola no Senado, também consideraa medida equivocada. “Esse é um mercado cativo que os produtores deálcool têm e que agora vão perder para o setor do petróleo. Não entendoessa medida, talvez a mais interessada, nesse caso, seja a Petrobras”,afirmou o parlamentar.O pedetista deve propor, na retomada dos trabalhos legislativos em fevereiro,que o assunto seja debatido não só na comissão de Meio Ambiente mas emaudiências conjuntas com as comissões de Agricultura e deAssuntos Econômicos. “Essa não é uma medida boa nem do ponto de vistaambiental, nem do ponto de vista econômico”, acrescentou.