Queda de preços do arroz e do feijão leva cesta básica a ficar mais barata em 2009

11/01/2010 - 14h53

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A queda dos preços doarroz e do feijão nas 17 capitais pesquisadas pelo DepartamentoIntersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), dacarne, em 16, e do tomate, em 14, é apontada como a principal causada queda do custo da cesta básica no ano passado em 16 cidades. A cesta só ficou mais cara em Belém (2,65%), de acordo com a PesquisaNacional da Cesta Básica, realizada mensalmente pelo Dieese. Os preços caíram mais em João Pessoa (-14,92%), Natal(-12,57%) e Aracaju (-12,47%) e a menor, em Vitória(3,71%).Segundo a pesquisa, as quedas mais expressivas do preço do arroz ocorreram em Aracaju (-30,14%), Belém(-22,30%) e Vitória (-4,71%). No caso do feijão, a queda variouentre -50,48%, em Goiânia, e -26,69%, em Natal. O preço do tomatecaiu mais de 10% na maioria das capitais onde houve queda – osnúmeros mais significativas foram os de João Pessoa (-54,84), Natal(-52,42%) e Recife (-47,96%). A carne, item de maior peso nacesta, aumentou somente em João Pessoa (4,57%). Os destaques naqueda de preços da carne foram Florianópolis (-15,92%), Goiânia(-12,98%), Rio de Janeiro (-1,49%) e Vitória(-10,48%). De acordo com José Maurício Soares, técnico doDieese, a queda dos preços em 2009 ocorreu porque no ano anterior ospreços aumentaram muito. Então, o custo vem sofrendo ajustes. “Masainda há espaço para que os preços caiam mais, principalmente otomate, que ainda está muito caro”. Soares disse, entretanto, quenão se pode afirmar categoricamente que haverá mais retrações.“Existe o aumento do combustível, que influencia nos preços.”Eleressaltou que o custo da cesta básica subiu em Belém devido àocorrência de algum problema de abastecimento, que refletiuprincipalmente no tomate, que aumentou nessa capital e caiu nasdemais cidades. “Foi ainda a segunda maior alta no açúcar e aterceira na banana.” Soares disse que, ao calcular o custoda cesta, é preciso observar as diferenças regionais, já que noNordeste e no Norte, por exemplo, a batata não tem o mesmosignificado que tem em outras regiões. Há também diferença noconsumo da carne, que, no Sudeste, chega a 6 quilos por pessoa aomês, no Sul, é de 6,6 quilos e, no Nordeste, de 4,5 quilos. “Essadiferença também interfere no preço”, concluiu.