Medidas anticiclicas tomadas pelo governo ajudaram a enfrentar a crise, avalia associação

11/01/2010 - 18h07

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As medidas anticíclicas adotadas pelo governo para enfrentar a crise financeirainternacional tiveram vários efeitos positivos sobre o setor têxtilnacional, entre os quais a elevação da renda, o aumento da geraçãode emprego e, principalmente, a ampliação da confiança doconsumidor, destacou hoje (11) o presidente da AssociaçãoBrasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), AguinaldoDiniz Filho.Ele disse que sãoesses fatores que levarão o setor a crescer em 2010. Considerando umcrescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 5%, a Abitestima que o setor têxtil deverá crescer este ano 4%, enquanto aexpansão do segmento de confecção ficará em torno de 3,7%. “Agente acredita que a confiança do consumidor fará essecrescimento, com tranquilidade.” O faturamento projetado para 2010para o setor têxtil e de confecção é de US$ 50 bilhões.O aumento de poder deconsumo das classes C e D contribuiu de forma decisiva para dar novoimpulso à economia brasileira, assegurou. “A grande alavanca doconsumo tem sido a classe C e a D”, afirmou, mostrando que aspessoas que antes viajavam de ônibus “agora estão viajando deavião”.O presidente da Abit previu que a indústria de transformação brasileira deve fechar2009 com um crescimento negativo de 9%. Quase todos os setores estãocom um nível de capacidade instalada próximo do limite, informou.Por isso, acrescentou, vão precisar de mais investimentos.“Esse fator serádecisivo para que a indústria de transformação tenha um incrementode 6% este ano”, projetou Diniz. O setor têxtil pretende investirem 2010 cerca de US$ 850 milhões. No ano anterior, os investimentosdos produtores de moda nacionais totalizaram US$ 1,5 bilhão.O último superávit dabalança comercial do setor têxtil e de confecção foi registradoem 2005, da ordem de US$ 292 milhões. A crise internacional elevouem cerca de US$ 1 bilhão o déficit do setor, que subiu de US$ 1,027bilhão para US$ 2,052 bilhões em 2008, estabilizando-se em 2009 nafaixa de US$ 2,254 bilhões. “Ainda é um quadro que preocupa”,observou o presidente da Abit.Por problemasprotecionistas e também devido à entrada de produtos chineses, asexportações de vestuário brasileiro para o principal mercado dopaís, a Argentina, caíram de US$ 460 milhões entre janeiro enovembro de 2008 para US$ 280 milhões em igual período do anopassado. Em razão da criseexterna, a estimativa é que a produção têxtil em 2009 tenha caído6,7% e a de vestuário 8%.