Itamaraty envia missão diplomática a três países para discutir crise em Honduras

11/01/2010 - 16h45

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Itamaraty enviou missão diplomática a El Salvador, Guatemala eRepública Dominicana para discutir a crise em Honduras – que duramais de seis meses. O objetivo é analisar a conjuntura políticahondurenha a duas semanas da posse do presidente eleito, Porfírio“Pepe” Lobo, que assume o governo no próximo dia 27. O assuntodeverá ser tema de uma reunião da Organização dos EstadosAmericanos (OEA). O chefe da missão nos países vizinhos aoBrasil é o embaixador Gonçalo Moura, responsável pelo Departamentode América Central e Caribe do Ministério de Relações Exteriores.Preliminarmente, observadores brasileiros avaliam que asituação política no país vizinho tende a se normalizar, masconsideram fundamental evitar que permaneça no país o clima degolpe de Estado, instaurado em 28 de junho de 2009 com a deposiçãode Manuel Zelaya. Uma das propostas em curso é a definição de umaposição comum de alguns países latino-americanos a ser encaminhadapara a reunião da OEA.Ao mesmo tempo, o Congresso Nacionalde Honduras tenta acelerar a discussão e votação da proposta deanistia aos envolvidos no golpe de junho. O debate que ocorreria hojedeverá ser realizado apenas amanhã (12) para evitar críticas eposições contrárias de organizações não governamentais. Hojeintegrantes da comissão especial que analisa o assunto têm reuniõescom representantes das entidades civis.A previsão dasautoridades hondurenhas é que a proposta ponha um ponto final nacrise política e evite a contaminação ao governo de “Pepe”Lobo. Os termos da proposta têm o objetivo de atender aos pleitos detodos os lados. Para Zelaya, seria concedida a anistia pelasacusações de tentar mudar a Constituição para dar continuidade aseu mandato. Os que promoveram o golpe e demais devem serperdoados dos crimes de traição à pátria, terrorismo, rebeliões,manifestações, reuniões violentas e abuso de autoridade. Nosúltimos dias, as articulações em favor da aprovação da propostase intensificaram por correligionários de “Pepe” Lobo e com oapoio do governo dos Estados Unidos. Há quase quatro meses,Zelaya e um grupo de simpatizantes estão alojados na Embaixada doBrasil em Tegucigalpa (capital de Honduras). Segundo autoridadeshondurenhas, o presidente deposto poderá deixar o local sem riscospara ele e seus correligionários, assim que a proposta de anistiafor aprovada.A Suprema Corte de Honduras analisa ainda pedidodo Ministério Público para que emita ordem de prisão da cúpulamilitar por “abuso de autoridade” na expulsão de Zelaya duranteo golpe. A decisão deve ocorrer às vésperas da cerimônia de possedo presidente eleito, marcada para o dia 27.