Setor turístico de Angra ainda não tem como contabilizar perdas

08/01/2010 - 8h52

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Angra dos Reis (RJ) - Embora ainda não tenhacomo precisar o real impacto da tragédia do último dia 1º sobre aatividade, quando a chuva causou a morte de pelo menos 52 pessoas(duas ainda continuam desaparecidas), o setor turístico do municípiodo litoral sul fluminense está apreensivo sobre a perda de receitadecorrente da repercussão negativa das notícias.Essa preocupaçãolevou a Fundação de Turismo de Angra dos Reis (TurisAngra) apromover, ontem (7), um encontro com os representantes do setor nacidade para traçar estratégias que ajudem a defender o segmento.O presidente daTurisAngra, Marcos Vinicius Barbosa, disse que está havendo uma"retração natural" na ocupação de pousadas e hotéis dacidade. Segundo ele, isso aconteceria naturalmente, uma vez que ospacotes são fechados para o réveillon e se estendem até o final desemana, o que leva a primeira semana de janeiro a registrar semprequeda na atividade na região."O que eu possodizer é que não temos dados precisos ainda para mensurar o impactoda tragédia, do ponto de vista financeiro. O que há nesse momento éuma expectativa em função das notícias que são publicadas pelamídia, dando conta de que Angra dos Reis vive uma calamidade”.Segundo ele, isso nãoacontece, já que o município tem cinco corredores turísticos:PontaSul, Ponta Leste, Centro, Ilha Grande e Contorno. Existem na IlhaGrande 106 praias, 146 meios de hospedagem. A tragédia atingiuapenas a praia do Bananal, onde 31 pessoas morreram, uma continuadesaparecida e uma pousada e várias casas foram destruídas pelaavalanche de lama e pedra que rolou montanha a baixo.Barbosa explicou que aTurisAngra ainda está fazendo um levantamento sobre a ocupação daspousadas comparativamente aos períodos semelhantes de anosanteriores, o número de desistências e os prejuízos decorrentesdisso. Ele disse que desconhece informações de cancelamento dereservas, mas admite que o turista está preocupado."O que estáacontecendo é que há muitas pessoas ligando para saber as reaiscondições da cidade, de transporte e de comunicação e, na medidaem que elas são informadas de que tudo está funcionando, a gentevai aos poucos recuperando esses turistas".Ele admitiu, porém,que negar os prejuízos também seria mentira. "Há prejuízo,mas nesse momento ainda é prematuro avaliar. Acredito que ainda emjaneiro começaremos a retomar o movimento normal do turismo nacidade”.O presidente daTurisAngra admitiu que existe "uma certa apreensão" dosdonos de pousadas e de pessoas ligadas ao setor, mas ainda não setrabalha com números."A partir dessareunião eu solicitei um relatório sobre a ocupação das pousadas eo número de cancelamentos. A partir deles é que nós poderemosmensurar as consequências econômicas da tragédia. O que há hoje émuita especulação, nada de concreto.Ele admitiu que hácancelamentos, mas disse que seria “irresponsável” especularsobre o número. “O que há é uma preocupação natural do setor,uma vez que nós recebemos diariamente em torno de 11.900 turistasque gastam em torno de R$ 249 por dia, o que injeta na economia localalgo em torno de R$ 3 milhões diários, ou R$ 90 milhões por mês. É umaindústria que gera 7 mil empregos diretos”.