Setor de TI quer desoneração tributária para aumentar competitividade

08/01/2010 - 5h40

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Embora  o governotenha regulamentado em 2009 a Lei 11.774, que permite a redução dacontribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) porempresas brasileiras exportadoras de tecnologia da informação ecomunicação (TIC), a Associação Brasileira das Empresas de TIC(Brasscom) considera que ainda há muito a fazer na área tributária paraelevar a competitividade do setor nacional. “Isso representa,aproximadamente, uma redução de 10% a 15%  da carga tributária para aexportação”, informou à Agência Brasil o presidente da Brasscom,Antonio Gil. “Foi muito positivo e vai dar uma competitividade maiorpara as empresas brasileiras”.Ele afirmou, entretanto, que oscustos da mão de obra nacional são muito altos e equivalem ao dobro docusto de países como a Índia, por exemplo. “Na verdade, a nossacapacidade em TI, que é reconhecida no mundo inteiro, é que vai nosajudar a fazer ofertas diferenciadas porque em termos de mão de obraa gente não tem condições de competir”, avaliou.Uma questãocrítica para a indústria está relacionada à legislação de terceirizaçãoque, segundo o presidente da Brasscom, cria passivos para as empresas.Outro problema é o aumento das alíquotas para seguro de acidentes detrabalho. “Era descontado 1% da folha e agora foi alterado, podendo chegara até 6% da folha, dependendo do tipo de empresa. São ônus queatrapalham bastante o setor”, disse Gil.Ele lembrou que asoportunidades são grandes para o setor de TIC, tanto no mercado interno quanto externo. O campo com maior potencial de crescimento para osetor brasileiro é o de serviços financeiros, onde o país é o mais avançado do mundo, seguido pela indústria de distribuição emanufatura. O presidente da Brasscom afirmou que a qualificação do profissional brasileiro emTIC “é excepcional”. O que falta no país “é escola e banda larga”, disse. Atualmente, há cerca de 1,7 milhão de pessoas trabalhandonessa indústria no Brasil.Antonio Gil reiterou anecessidade de que haja uma desoneração na parte do custo do trabalho.  “Já houve parcialmente, por conta da regulamentação dessa lei, mas ainda não é suficiente”. Para se ter umaidéia, disse ele, uma hora de trabalho de um profissional do setor de TIC no Brasil custa, em média, US$ 50. “Na Índia, custa US$ 20 ou US$ 30”.Gilassegurou que cabe à sociedade  brasileira entender que a participaçãonacional no mercado  externo de TIC é muito reduzida. “O mercadomundial de offshore (terceirização de serviços fora do país deorigem) será de US$ 100 bilhões e o Brasil exporta apenas US$ 3bilhões”.O presidente da Brasscom lembrou ainda que o mercado brasileiro atrai tambémempresas estrangeiras que querem se instalar no país  para exportarserviços e por isso é preciso ampliar a competitividade. “Então, no mundo globalizado, com internet, se você não atacar, levagol”.