Procuradoria não vê impedimento para que Prudente reassuma a presidência da Câmara do DF

08/01/2010 - 18h00

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Procuradoria da Câmara Legislativa do Distrito federal emitiu parecerhoje (8) onde conclui não existir impedimento para o retorno do deputadoLeonardo Prudente (sem partido) à presidência da Casa. Noparecer, os procuradores alegam que o parlamentar pode voltar ao cargoa qualquer tempo - a única exigência é informar a Casa a data doretorno, segundo informações da Mesa Diretora. Prudente é um dosacusados de envolvimento no esquema de corrupção no governo do DistritoFederal. Em vídeo, revelado pela Operação Caixa de Pandora, da PolíciaFederal, Prudente é flagrado colocando dinheiro de suposta propina nasmeias. Em meio às denúncias, Prudente pediu afastamento, no dia 1º de dezembro doano passado, da presidência por 60 dias. Mas na metade da licença, no dia 30 do mesmo mês,foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal a volta do parlamentar ao comando daCasa. No início da semana, a bancada do PT na Câmara protocoloumemorando pedindo explicações sobre a volta de Prudente. A consulta àprocuradoria foi encaminhada pelo secretário-geral da Casa, GustavoMarques. Na próxima segunda-feira(11), os deputados distritais dão início aos trabalhos do ano, resultado deautoconvocação, quando os petistas que fazem oposição na Casa tentarão, mais uma vez,barrar o retorno de Prudente à presidência. O PT vai apresentar umrequerimento para que o deputado fique fora do comando até o fim dasinvestigações. A intenção é levar a proposta para votação emPlenário, com voto aberto. Mas as chances de aprovação são mínimas, jáque a oposição é minoria entre os 24 parlamentares. A maioria (19) égovernista. Para a líder do PT, deputado Érika Kokay, a volta dePrudente é uma manobra do governador José Roberto Arruda (sem partido),apontado como o chefe do suposto esquema de propina. “Éinadmissível que tenhamos na presidência da Câmara um deputado que estásob investigação de quebra de decoro parlamentar. Os parlamentares terão que explicitar para a sociedade se estão a favor ou não de um processo transparente de investigação”, disse a deputada. Ospetistas anunciaram ainda que vão pedir à Controladoria Geral da União(CGU) que declare inidôneas as empresas envolvidas no esquema que mantêmcontratos com o governo distrital em 2010. Isso porque a maior partedo orçamento do Distrito Federal vem dos cofres públicos federais. Para segunda-feira está previstaa instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que vaiinvestigar as denúncias de corrupção e a eleição dos integrantes dacomissão que cuidará dos pedidos de impeachment do governador Arruda.