Países em desenvolvimento são principais importadores do agronegócio brasileiro

08/01/2010 - 14h19

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os países da Ásia, do Oriente Médio e da África ocuparam, em2009, espaços antes dominados pela União Europeia e pelos EstadosUnidos e se consolidaram como os maiores compradores dos produtosagropecuários brasileiros. Somente os asiáticos passaram de umaparticipação de 23,5% em 2008 para 30,4% no ano passado,tornando-se o principal mercado de destino do país. A UniãoEuropeia, que detinha o posto em 2008, diminuiu sua participação de33,1% para 29,3%. O Oriente Médio, com 9%, passou o Nafta, grupoformado por Estados Unidos, México e Canadá, que tem 8,5%. A Áfricafoi responsável por 7,7% das importações.Segundo oministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a diversificação demercados foi importante para o país enfrentar a crise mundial edeve-se continuar trabalhando nesse sentido. “Nunca acreditei naspossibilidades da Rodada Doha [negociação no âmbito daOrganização Mundial do Comércio (OMC), que trata da liberalizaçãodo comércio mundial], então, temos que continuar neste trabalhoque estamos fazendo, abrindo mercados, mostrando que temos qualidadee temos produto”, afirmou.Individualmente, a China teve13,8% de participação nas exportações do agronegócio brasileiro,consolidando a primeira posição, seguida pelos Países Baixos, com7,7%, e pelos Estados Unidos, que compraram 7% do total exportado.Segundo Stephanes, os maiores entraves para as exportaçõesbrasileiras são as questões fitossanitárias, mas, ao longo de2009, foram sendo resolvidas com vários mercados e devem melhorareste ano com a possibilidade do país ser reconhecido como livre defebre aftosa com vacinação, ampliando o potencial de exportaçãode carne bovina. Ele disse que o Japão e a África do Sul sãomercados com os quais o Brasil ainda tem pendências nessa área, epor isso são o foco este ano.Apesar disso, o ministro disseque a agricultura é a que mais tem crescido em eficiência nosúltimos dez anos e tem grande capacidade de competição, mesmo como protecionismo de outros países, e quer se expandir em todos eles.“Não temos preferência por mercado. Trabalhamos com 180 países etemos que abrir cada vez mais mercados”, afirmou.Para darmais agilidade à resolução de questões fitossanitárias, ououtras que interfiram no comércio de produtos agropecuários, oministro destacou que, a partir de março, a África do Sul, osEstados Unidos, a China, a Rússia, a União Europeia e o Japãoterão adidos agrícolas nas embaixadas brasileiras, além de um emGenebra, para tratar diretamente com a OMC. “Foi umabatalha de 40 anos. Há 40 anos o ministério queria ter adidosagrícolas e foi um processo seletivo muito bom. É a elite doministério e foi uma seleção extremamente rigorosa, segundo opróprio Itamaraty”, afirmou Stephanes.