Exportadores acompanham com atenção desdobramentos de demissão no BC argentino

08/01/2010 - 16h57

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Osexportadores brasileiros acompanham atentamente os desdobramentos dacrise gerada pela demissão do presidente do Banco Central (BC)argentino, Martín Redrado, na noite de ontem (7), por decreto dapresidente Cristina Kirchner. Ela alegou insubordinação de Redrado,que se negou a liberar US$ 6,5 bilhões das reservas cambiais parapagamento de dívidas internas.No Brasil, a notícia causouapreensão, porque a decisão de Kirchner contribui para desvalorizara moeda argentina (peso), com prejuízo para a competitividade dosprodutos brasileiros naquele país, terceiro maior parceirocomercial brasileiro.O vice-presidente da Associação deComércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz, noentanto, que prefere aguardar os desdobramentos do caso para sóentão se pronunciar a respeito. “É difícil qualquer avaliaçãoneste momento, pois o que existe por ora são especulações.”O presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal(Corecon-DF), José Luiz Pagnussat, também acha que é cedo paracomentar o caso, até porque o decreto presidencial de demissão estásendo contestado na Justiça argentina, em razão do o BC daquelepaís ter independência administrativa.Para ele, a demissãoem si, se vier a ser efetivada, “não vai gerar impacto nasrelações comerciais”. Ele ressalta, porém, que é preciso ficarde olho na condução do processo de negociação e possívelliberação de dinheiro das reservas estrangeiras. “Aí, sim, sehouver alguma desvalorização significativa do peso argentino, asvendas brasileiras para aquele país serão prejudicadas”,afirmou.O governo brasileiro não se pronunciou oficialmentesobre a questão. Consultado, o Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior não quis se manifestar a respeito.Por intermédio de assessores, o Ministério das RelaçõesExteriores disse que “não comenta assuntos internos de outrospaíses”.