Cassel rebate críticas do setor agropecuário ao Programa Nacional de Direitos Humanos

08/01/2010 - 17h19

Ivan Richard e Luciana Lima
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro do DesenvolvimentoAgrário, Guilherme Cassel, rebateu hoje (8) as críticas feitas pelosrepresentantes da agricultura comercial e pelo próprio ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes, ao Programa Nacional de Direitos Humanos(PNDH-3), lançado no final de dezembro. Cassel disse que asreclamações de Stephanes não fazem sentido. “Até onde eu estouinformado, todos os ministérios participaram”.“Oplano busca criar um ambiente de paz no meio rural. Ele busca, por meiodo diálogo, criar o que eu chamei de um ambiente de paz de produção. De fato, o plano buscacriar no meio rural um ambiente diferenciado, que supere essasquestões. Tem pessoas que se incomodam com isso”, argumentou o ministro do Desenvolvimento Agrário à Agência Brasil.Cassel defendeu que as reuniões de conciliação como forma de se resolver os conflitos no campo. "A truculência, a violência, a soluçãoliminar de conflitos sempre protegeu a grilagem ilegal de terraspúblicas, acobertou trabalho escravo, acobertou extração ilegal demadeira, ocultou devastação do meio ambiente". Ao falar sobre aCosan, uma das maiores empresas do setor sucroalcooleiro, dona da redede postos de combustíveis Esso e fabricante do açúcar União, Stephanesdisse que houve exagero ao incluir o nome da empresa na chamada “listasuja” do trabalho escravo. Para o ministro da Agricultura, a empresateve um problema há três anos, através de uma empresa terceirizada,o que não justificaria a inclusão. Cassel ainda afirmou que os mesmos que reclamam do decreto presidencial, naárea da agricultura, são os que trabalham para um processo decriminalização dos movimentos sociais que defendem a reforma agrária noBrasil. Na área da agricultura, as primeiras críticaspartiram da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da ConfederaçãoNacional da Agricultura. Ela reclamou do decreto no ponto em que eleprevê a criação de uma espécie de câmara de conciliação para conflitosagrários, antes que sejam conseguidas na Justiça liminares dereintegração de posse. Esse ponto, na opinião da senadora,estimularia a violência no campo e criaria um ambiente propício para ofortalecimento de movimentos que defendem a reforma agrária, tais comoo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).Hoje Stephanes fez coro aosruralistas e reclamou que sua pasta não participou da elaboração doplano. Stephanes também reclamou do conceito usado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos paradividir a agricultura em comercial e familiar.