Após suspensão de crédito do BNDES, Cosan nega acusação de trabalho escravo

08/01/2010 - 15h46

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Incluída na lista suja do trabalho escravo, atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego no último dia 4, e após ter financiamentossuspensos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), aCosan, gigante do setor sucroalcooleiro, negou as acusações e diz quevai pedir a exclusão da empresa do cadastro. Dona da rede depostos Esso e do açúcar União, a Cosan foi incluída na lista suja apóslibertação de 42 trabalhadores em situação análoga à escravidão em umadas subsidiárias da companhia em Igarapava, no interior de São Paulo.Em nota, a Cosan argumenta que a responsabilidade sobre ostrabalhadores era da empresa José Luiz Bispo Colheita, que prestavaserviços de corte de cana-de-açúcar. “O evento não contou com acooperação ou concordância da Cosan”, diz em nota. No comunicado, aempresa afirma ainda que “adotou prontamente diversas providências,dentre as quais o pagamento de todas as despesas necessárias àregularização de tais trabalhadores” e que considera a inclusão nalista suja um ato “abusivo e intempestivo”. Após a divulgação da nova lista suja do trabalho escravo, o BNDES suspendeu em caráter preventivotodas as operações com a Cosan. “A celebração de novos contratos com oBNDES fica condicionada à exclusão da companhia do referido cadastro”,informou o banco em comunicado. Para os contratos já emandamento, o BNDES diz que a liberação vai depender das medidastrabalhistas e legais que a Cosan deverá tomar para reverter asirregularidades apontadas pelos fiscais do Ministério do Trabalho.