Sarkozy quer que Brasil participe de negociações econômicas e do Conselho de Segurança da ONU

07/01/2010 - 12h21

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu hoje (7) que oBrasil integre as principais negociações econômicas internacionaise também passe a fazer parte do Conselho de Segurança das NaçõesUnidas. Em cerca de meia hora de discurso, ele citou o Brasil setevezes. Para ele, a presença brasileira em negociações éfundamental. “É indispensável para resolver várias questões queo Brasil e a Índia, por exemplo, estejam presentes.”Sarkozyabriu os debates do simpósio Novo Mundo, Novo Capitalismo,organizado pelo Ministério da Imigração, Integração, IdentidadeNacional e do Desenvolvimento Solidário da França, realizado pelamanhã Paris. O discurso do francês foi acompanhado pelo ministrodas Relações Exteriores, Celso Amorim, e vários observadoresbrasileiros. Segundo o presidente francês, a nova ordemmundial exige “mudanças na atual arquitetura econômica”. ParaSarkozy, o G20 (que reúne os países em desenvolvimento) temdemonstrado um trabalho exemplar ao contrário do G8 (que engloba ospaíses mais industrializados e desenvolvidos do mundo, além daRússia). “O G8 é ridículo”, disse ele.Em relação àreforma do Conselho de Segurança da Organização das NaçõesUnidas (ONU), Sarkosy disse que neste ano a mudança deve ocorrer eque deve haver um assento permanente destinado ao Brasil. Atualmenteo Brasil ocupa uma vaga temporária – até 2012 -, mas o esforçodo governo brasileiro é para ser designado para um assentopermanente.O Conselho de Segurança reúne 15 países – dosquais cinco têm assento permanente. Os demais ocupam por dois anosvagas provisórias. O esforço das autoridades brasileiras é paraque uma reforma amplie para 25 o número de vagas no órgão – umapara a América Latina, a África e o Leste Europeu e duas para aÁsia.O discurso de Sarkozy ocorre no momento em que o Brasilvai definir sobre a compra de 36 caças. A venda das aeronavesenvolve um consórcio francês – o Rafale International, lideradopela empresa Dassault – e mais dois concorrentes – um sueco eoutro norte-americano. A disputa envolvendo o negócio divide osmilitares e setores do governo brasileiro.De acordo cominformações atribuídas ao Comando da Aeronáutica, o ideal seriacomprar o caça Gripen NG, da empresa sueca Saab. Os aviões suecosseriam adequados para a renovação da frota aérea nacional. Mas opresidente Luiz Inácio Lula da Silva teria manifestado simpatia pelacompra dos caças franceses.Segundo Amorim, o assunto serádefinido por Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim. De acordo como chanceler, a decisão é política e não apenas técnica. Nopassado, o presidente Lula afirmou que também consideraria a questãoestratégica para definir o tema.