Mutirão retira lixo acumulado após enchente em São Luiz do Paraitinga

07/01/2010 - 14h08

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Voluntários,representantes da Cruz Vermelha e do Exército, funcionáriospúblicos da cidade e de municípios vizinhos participaram hoje (7)de um mutirão para remover a sujeira deixada pela maior enchente dahistória de São Luiz do Paraitinga, distante 182 quilômetros dacapital paulista, em uma região serrana do Vale doParaíba.“Nossa grande preocupação é que há previsãode mais chuva, o problema é que as galerias estão entupidas”,disse à Agência Brasil o diretor de Turismo da prefeitura,Eduardo de Oliveira Coelho.Segundo ele, as inundaçõesafetaram 70 dos 90 casarões do conjunto arquitetônico do centrohistórico da cidade, fundada em 1769, entre eles a Igreja Matriz SãoLuiz Tolosa. Até o momento, 125 imóveis tiveram de serinterditados após a enchente, que completa uma semana amanhã (8).Em entrevista à TV Brasil, no entanto,técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional (Iphan) avaliaram que apenas 5% dos monumentos tombadosforam de fato danificados e que a maior parte poderá serrecuperada.De acordo com o diretor de Turismo, 2,4 milpessoas permanecem desalojadas. Cem técnicos trabalham pararestabelecer plenamente o fornecimento de energia. O abastecimento deágua voltou parcialmente, mas ainda é crítico o sistema decomunicação por meio de telefones fixos.Coelho informouque, em visita feita ontem (6) à tarde ao município, o governadorde São Paulo, José Serra, anunciou a liberação de R$ 10 milhõespara as obras de reconstrução, incluindo a recuperação dasestradas. Na área da saúde, serão investidos R$ 450 mil, doscofres estaduais.Segundo ele, 40% vagas em pousadas da cidadeestavam reservadas para o tradicional carnaval, que costuma atrairmuitos turistas, assim como a Festa do Divino, realizada em maio.Umdos locais que tinham vendido pacotes para o carnaval é aFazenda Serra do Vale, distante cerca de 10 quilômetros do centro.De acordo com o proprietário Cesar Deilascio, 50% das vagas já estavam reservadas. Ele disse que a maioria dos futuros hóspedesainda não o procurou para comunicar desistência ou pedir o dinheirode volta.Deilasciocriticou a exposição da situação da cidade pela mídia, emborareconheça os prejuízos. “Está havendo muito alarmismo,nem todos os casarões foram afetados. O turismo não acabou e háoutros atrativos”, afirmou ao lembrar que os turistas podem optarpor passeios na área rural, entre outros.