Especialistas concluem hoje avaliação de brasileiras estupradas no Suriname

07/01/2010 - 15h09

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As duas assistentes sociais e uma psicóloga da Secretaria Especialde Políticas para as Mulheres que estão no Suriname para examinar asmulheres que afirmam ter sidovítimas de estupro e violência sexual concluem hoje (7) à noite otrabalho. As especialistas dizem que algumas das mulheres terão de ser atendidas por médicos. Ainda não há um número exato de quantas seriam as vítimas. A estimativa é de pelo menos 20.Asmulheres foram atacadas, no último dia 24, quando descendentes deescravos agrediram brasileiros em uma região de garimpo no paísvizinho. Algumas mulheres disseram que não chegaram a ser estupradas,mas foram mordidas em áreas íntimas e apanharam dos agressores. Deacordo com análises preliminares, algumas das vítimas ainda estão muitofragilizadas em decorrência do ataque que sofreram. Várias precisarãode apoio psicológico. Os médicos deverão prescrever exames paraverificação de doenças sexualmente transmissíveis e aids. Mas asespecialistas brasileiras ainda não finalizaram o trabalho deatendimento no Suriname.Há três dias as assistentes sociais e a psicóloga visitam as mulheres que afirmam ter sidoestupradas e agredidas sexualmente. As especialistas, enviadas pelogoverno brasileiro, foram ao encontro das vítimas em quatro hotéis emParamaribo (capital do Suriname) e em casa de amigos das mulheres.Asubsecretária de Enfrentamento à Violência da Secretaria Especial dePolíticas para as Mulheres, Aparecida Gonçalves, afirmou que a tarefadesempenhada pelas assistentes sociais e a psicóloga é apenas aprimeira etapa do trabalho. Segundo ela, vítimas de agressão sexualdevem ser acompanhadas por especialistas no esforço para que serecuperem do trauma.Na véspera do Natal, na região de Albina (a150 km de Paramaribo), cerca de 300 quilombolas surinameses,denominados marrons, atacaram aproximadamente 200 brasileiros, chinesese javaneses. Houve agressões físicas, estupros e depredações. Pelomenos 25 brasileiros teriam ficado feridos, alguns deles mais graves,como um homem que correu risco de amputar o braço. O ataque quilombola aos brasileiros teria sido motivado peloassassinato de um deles. Um brasileiro, que ainda está foragido, éacusado de matar um integrante da comunidade quilombola em umrestaurante de Albina. De acordo com relatos, os quilombolas costumamvingar a morte dos seus com grandes ações. Oficialmentenão há registros de mortes. Mas alguns dos 15 mil brasileiros que vivemno Suriname afirmam que há desaparecidos. Por questão de segurança, aEmbaixada do Brasil em Paramaribo retirou os brasileiros da área deAlbina. O governo do Suriname mantém o reforço do policiamento emAlbina e em outras regiões consideradas de risco.